Pacientes reclamam da falta de antidepressivos na rede pública
Um desses medicamentos controlados já está em falta há três meses, segundo dona de casa
Pessoas que tomam medicamentos de uso controlado e precisam retirá-los nas farmácias de UBSs (Unidades Básicas de Saúde), UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família) ou CRSs (Centros Regionais de Saúde) de Campo Grande relatam que não os encontram disponíveis nos locais há até três meses.
Os aposentados Solange Ferreira Matias e Ademir Matos de Jesus moram no Bairro Portal Caiobá e contam não conseguir retirar na UBSF da região os remédios que precisam há cerca de dois meses. Casados, eles tiveram que apertar o orçamento doméstico para comprá-los no mês passado, devido à falta do fornecimento gratuito.
Solange afirma que na UBSF Caiobá não havia Amitriptilina, Fluoxetina e Peridal. Segundo o farmacêutico que a atendeu, eles estavam em falta em todas as outras unidades da região. A última procura foi feita na quinta-feira passada (18), conforme lembra a aposentada.
Ela e o marido fazem uso contínuo dos remédios. Ademir é epilético e usa a Amitripltilina para conseguir dormir, já Solange tem receita de Fluoxetina para combater crises de insônia e precisa do Peridal para tratar problemas estomacais.
Cloridrato de Nortriptilina - A dona de casa Tereza Felizardo também não tem encontrado o medicamento antidepressivo Cloridrato de Nortriptilina para administrar à mãe idosa. Isso acontece há pelo menos três meses.
Ela o procura em todas as unidades próximas ao Bairro Estrela Dalva, onde a paciente mora, e não consegue. Desde então, a filha compra o medicamento na farmácia. "A sorte é que não é tão caro", conta.
Resposta da Sesau - Responsável pela distribuição de medicamentos entre as unidades, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) esclareceu que não há falta de Fluoxetina ou Amitriptilina na rede municipal.
Já quanto ao Peridal, a pasta ressalva que o remédio não pode ser retirado nas farmácias das unidades básicas de saúde, por estar disponível somente a pacientes que conseguirem decisão judicial favorável. "Este medicamento não é padronizado na rede municipal de Campo Grande, sendo disponibilizado através de decisão judicial apenas. A partir desta decisão, o paciente deve buscá-lo no CEM (Centro de Especialidades Médicas)", detalhou a Sesau por meio de sua assessoria de imprensa.
A secretaria admitiu a falta somente do Cloridrato de Nortriptilina. "Há uma falta pontual na rede, mas o Município está aguardando a entrega do fornecedor que deve acontecer nos próximos dias", atualizou.
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