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Capital

Choque lidera temor dos monitorados a cada meio minuto por tornozeleira

Também há pessoas monitoradas fora do Estado, com pontinhos piscando no RS, SP e MA

Aline dos Santos | 14/07/2017 08:26
Áreas de exclusão são mostradas em vermelho na tela. (Foto: Alcides Neto)
Áreas de exclusão são mostradas em vermelho na tela. (Foto: Alcides Neto)

O medo de choque e saber se pode tomar banho com o dispositivo lideram as dúvidas de quem passa pela Unidade Mista de Monitoramento Virtual Estadual, em Campo Grande, para colocar a tornozeleira eletrônica, equipamento que a cada 30 segundos vai informar a localização do monitorado.

As dúvidas são esclarecidas numa preleção, onde a pessoa aprende que o dispositivo não dá choque, pode ser utilizado no banho de chuveiro e de piscina, deve ser recarregado por três horas ininterruptas todos os dias e, detalhe, nunca durante o sono pelo risco de se enrolar no fio. O dispositivo é leve e de fácil colocação. 

A dica é fazer a recarga em casa e em atividade de descanso como, por exemplo, assistindo televisão. Como nas delegacias, todos tiram fotografias de frente e de ambos os lados num painel com medidas da altura. As fotos são lançadas no sistema de informações da polícia.

O monitorado também assina um termo sobre a responsabilidade de cuidar do equipamento, que custa, em média, R$ 2 mil, e é orientado para identificar todas as mudanças de cores. As alterações sinalizam problemas, o verde intermitente indica problema no GPS; azul, de GRPS (outro sistema de monitoramento); vermelho é tentativa de rompimento; e roxo alerta que entre em contato com a central.

Num monitor, há controle dia e noite das 120 tornozeleiras instaladas na unidade de Campo Grande. No mapa, a maioria dos pontos se concentram na Capital, mas também há pessoas no interior e fora do Estado, com pontinhos piscando no Rio Grande do Sul, São Paulo e Maranhão.

Conforme o diretor da Unidade Mista de Monitoramento Virtual, Amilton Caetano da Rocha, o raio de circulação de cada pessoa é determinado pela Justiça. No mapa, a parte vermelha é área de exclusão, em que a pessoa não pode entrar, os trechos em verde são área de inclusão, que limita a zona da qual o monitorado não pode sair.

Segundo ele, a cada 30 segundos a tornozeleira informa a localização. Com sistema de defesa, o dispositivo informa se sofre impacto, o que pode ser oriundo de uma batida ou tentativa de romper o lacre, quando está com pouca bateria.

A tornozeleira informa até a velocidade em que a pessoa se desloca, indicando se está a pé ou num veículo. “Ele pode estar em qualquer cidade do País que vai ter a informação online”, diz.

Perfil – Dos 120 monitorados, 73 são por violência doméstica e 47 por decisões de outras varas criminais. Do total, 17 são mulheres, sendo a maioria denunciada por crime de tráfico de drogas. Conforme a decisão da Justiça, há situações em que a pessoa não pode sair de casa. Caso a pessoa não tenha residência fixa, como num dos monitorados, o limite de circulação foi toda a cidade. O tempo máximo de uso é de 180 dias.

“A maioria dessas pessoas não está condenada. E com isso determina os 180 dias para que o Judiciário julgue o mais rápido possível”, explica. O período foi regulamentado pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) em janeiro de 2017. A exceção é para os monitorados antes da regulamentação e há pessoa há mais de um ano com os passos controlado pela tornozeleira.

Tornozeleira eletrônica informa localização a cada 30 segundos. (Foto: Alcides Neto)
Tornozeleira eletrônica informa localização a cada 30 segundos. (Foto: Alcides Neto)
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