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Capital

Chuva agrava situação em residencial problemático desde a inauguração

Aline dos Santos | 23/02/2016 16:22
Moradora mostra bloco com cobertura de lona. (Foto: Fernando Antunes)
Moradora mostra bloco com cobertura de lona. (Foto: Fernando Antunes)
Dentro da casa, Alexandra convive com mofo e umidade.  (Foto: Fernando Antunes)
Dentro da casa, Alexandra convive com mofo e umidade. (Foto: Fernando Antunes)

Com problemas desde a inauguração, o residencial Nelson Trad, complexo de 1.624 apartamentos do Minha Casa, Minha Vida no bairro Jardim Carioca, há 20 dias é cenário de telhado destruído, moradias cobertas por lonas e medo dos moradores a cada vez que as nuvens se avolumam no céu num prenúncio de temporal.

No residencial Orquídea, que faz parte do conjunto de imóveis, Mateus, 4 anos, logo conta para reportagem que a chuva desceu pela parede.

Dentro da casa, paredes molhadas, cheiro de mofo e a preocupação da moradora Alexandra Curado Ribeiro, 35 anos, mãe do menino. Eles moram no térreo, mas o imóvel tem infiltrações por conta da chuva do último dia 2 de fevereiro, que levou parte da cobertura do bloco de apartamentos. O local foi coberto com lona e, desde então, aguarda conserto.

“Estou sendo muito prejudicada. Caiu bastante água do apartamento de cima”, relata a moradora. Na sala e nos dois quartos, as paredes apresentam manchas de umidade e mofo. Ela conta que a infiltração no quarto do filho vem desde dezembro de 2014, quando a família se mudou para o local.

A moradora acredita que o problema seja os hidrômetros instalados do outro lado da parede. “A Brookfield diz que usou material de primeira qualidade, mas acho que usou de quinta ”, reclama.

O complexo de apartamentos teve investimento de R$ 89,6 milhões, por meio de parceria entre governo federal, Estado e prefeitura de Campo Grande. Mas quem mora afirma que imperou a lógica de fazer casa para pobre morar. No local, na manhã desta terça-feira, uma equipe faz conserto nos telhados. A reclamação é de demora na execução do serviço, com bloco parcialmente descoberto há 20 dias.

Ao fundo, telhado recebe conserto no residencial Nelson Trad. (Foto: Frenando Antunes)
Ao fundo, telhado recebe conserto no residencial Nelson Trad. (Foto: Frenando Antunes)
Telha é carregada em  meio a blocos para consertar estragos da chuva. (Foto: Fernando Antunes)
Telha é carregada em meio a blocos para consertar estragos da chuva. (Foto: Fernando Antunes)

Depois de sete anos na fila de espera da Agehab (Agência Estadual de Habitação) pela casa própria, Rosane Ossuna Barbosa, 44 anos, se mudou para o residencial no fim de 2015. Ela conta que a chuva descia pelas paredes. “Fiquei puxando a água. Mas tem casa que alagou porque estava fechada”, diz. Segundo ela, o conserto no bloco começou ontem.

Desde a entrega, cuja primeira etapa foi em junho de 2014, os moradores relatam problemas de infraestrutura. Um deles é o que chamam de cano invertido.

Se o vizinho “de cima” lava roupa, a água sai pelo ralo da lavanderia, que fica no mesmo cômodo da cozinha, do imóvel de baixo. O alagamento acontece no apartamento do casal Vandriéle Toledo Diniz, 27 anos, Vitor Silvestre, 28 anos.

O presente de Natal, já que se mudaram em 26 de dezembro de 2014, veio incompleto. Ele conta que o banheiro não tinha descarga e as portas não trancavam. No caso do banheiro, a explicação é de que a chave foi perdida durante a construção e foi preciso arrombar. As portas foram consertadas. “Mas demorou uns três meses para fazer os reparos”, diz Vitor.

Outro lado – Em nota, a Brookfield Incorporações informa que cinco frentes de trabalho já estão atuando no empreendimento para minimizar os impactos das chuvas e vendavais que ocasionaram os estragos no residencial, como o destelhamento de algumas unidades.

Ainda segundo a empresa, pelo menos 25% desses casos já foram resolvidos e a companhia continua trabalhando para solucionar os demais casos no menor espaço de tempo possível. Com relação aos problemas relatados de infiltrações, a companhia ressalta que também destacou uma equipe de assistência técnica para fazer os reparos e já vem realizando de forma gradativa o tratamento de fissuras, no entanto, o cronograma depende das condições climáticas para que esses reparos sejam feitos.

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