Coleta de lixo volta ao normal em 10 dias; CCZ suspende eutanásia de cães
Mesmo com a retomada da coleta de lixo pela Solurb, o serviço ainda não foi retomado em sua totalidade e a expectativa do presidente do Sindicato dos trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação, Wilson da Costa, é de que serão necessários dez dias para que o cenário de sujeira e lixo acumulado nas ruas da Capital nas últimas duas semanas desapareça totalmente.
A grande quantidade de dejetos e embalagens espalhados em alguns bairros preocupa a população mas, principalmente, os profissionais da saúde, que temiam que esse material se tornasse o ambiente propício para a proliferação dos mosquitos transmissores dessas doenças, devido ao acúmulo de água da chuva.
Esse também é o receio de um empresário, morador da Vila Anaí, que acabou tomando a difícil decisão de sacrificar sua cachorrinha da raça basset, de oito anos, diagnosticada com leishmaniose. “Estamos todos abalados, mas tenho medo porque aqui no bairro tem muito lixo e os mosquitos invadiram as casas”, diz.
O empresário, que preferiu não se identificar, conta que chegou a iniciar um tratamento em uma clínica, mas desistiu porque foi informado que a cadelinha se tornaria um hospedeiro, mesmo com os cuidados e medicação. “Minha mulher tem problemas de saúde e fiquei com medo de sermos contaminados também”, afirma.
Após tomar a dolorosa decisão com sua esposa, o empresário procurou o CCZ (Centro de Controle de Zoonose) para sacrificar a cachorrinha. Ao telefonar, foi surpreendido com a informação de que o órgão suspendeu, temporariamente, a eutanásia em animais devido a paralisação dos serviços da Solurb, encerrada na noite desta quarta-feira (21).
Ocorre que a empresa é a responsável pelo descarte dos animais, após eles serem incinerados. Como o serviço ainda deve demorar mais alguns dias para se normalizado, não há prazo para o CCZ retomar a eutanásia.
A informação foi confirmada pela assessoria da prefeitura. Em nota, a administração diz que o CCZ está sem capacidade de armazenamento desses animais e que por isso os médicos veterinários estão explicando a situação aos donos que buscam o órgão.
Diante do impasse, a angústia do empresário aumentou. Após buscar orientação com outros profissionais sobre onde levar a cachorrinha, que atende pelos nomes de Maria Rosa ou Abigail, ele decidiu realizar uma contraprova do exame inicial.
Porém, se o resultado confirmar o primeiro diagnóstico, o empresário ressalta que irá manter a decisão da eutanásia.
“Sei que existem correntes que defendem o tratamento, mas esse acúmulo de lixo na cidade deixou a gente com medo. Se um mosquito desse entrar em casa, não quero correr o risco de ter um bichinho que pode ser responsável pela transmissão dessa doença”, lamenta.
O empresário diz que levará a cachorrinha no Hospital Veterinário da UFMS para realizar a eutanásia e espera que sua atitude seja compreendida entre os que defendem o tratamento e volta a ressaltar que tomou a decisão pensando na saúde pública.
“Estamos tristes com a decisão porque é uma companheira de anos e aqui em casa somos apenas eu e minha mulher, que tem a saúde frágil. Espero que minha atitude sirva de alerta para a população", destaca.