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Capital

Com 3,3 mil atendidos, Sesau diz que superlotação gerou demora em postos

Pacientes relataram longa espera por consulta; Sesau aponta alta demanda e espera por leitos

Idaicy Solano | 22/05/2023 11:15

Em final de semana movimentado nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da Capital, a rede pública realizou 3.302 atendimentos nas unidades urgência somente no domingo (21). De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), todas as unidades estavam com quadro clínico completo.

A justificativa apresentada pela secretaria para as várias horas de espera relatadas por pacientes da UPAs Universitário e Leblon, ao Campo Grande News, foi alto número de pacientes em estado grave e casos de espera por leito. "Ocorre que muitas vezes o paciente passa por atendimento médico, ou mesmo da triagem, e precisa aguardar um leito para medicação ou avaliação. Aí o tempo de permanência da unidade aumenta", constou em nota enviada pela Sesau.

Neste domingo, a reportagem recebeu várias reclamações de leitores, que relataram a demora no antedimento e superlotação nas unidades de saúde. A jovem Camily Andressa dos Santos, 18 anos, procurou atendimento na UPA Leblon na tarde de ontem, acompanhada pela mãe, Elisabeth Ledesma dos Santos, de 42 anos, que relata que a filha estava com hemorragia havia três dias.

De acordo com Elisabeth, elas chegaram na unidade de saúde por volta das 14h, foi feita triagem às 15h, e, no início da noite, a equipe pediu para que a paciente passasse pela triagem novamente. Por conta do transtorno, elas desistiram de permanecer na unidade por volta das 19h30 e procuraram atendimento na UPA do Bairro Coophavilla II.

Não é por falta de médico, tem médico. O problema é que eles não atendem. No sábado, já tinha ido lá, deram uma medicação na veia e mandaram para casa. Nós não vamos na unidade a passeio, vamos porque precisamos, é eles tem que nos atender, é o trabalho deles", denuncia Elisabeth dos Santos.

Na outra unidade de saúde, a jovem recebeu atendimento e foi orientada a procurar uma UBS (Unidade Básica de Saúde) para investigar a causa do sangramento. "A princípio é uma questão hormonal, pela idade, mas vai precisar fazer ultrassom".

Na UPA Universitário, a reportagem entrevistou neste domingo o autônomo José Nicolas Borges de Almeida, 26 anos. Ele foi até a unidade acompanhar o marido, Fabrício Bastos de Almeida, 29 anos, que procurou atendimento após os pontos de uma cirurgia abrirem e começarem a sangrar. O casal chegou na unidade por volta das 12h; o atendimento foi por volta de 17h.

Almeida, que é professor, contou esta manhã que os pacientes só começaram a ser chamados depois que houve protesto e acionada a imprensa. Ele observou que muitos dos nomes chamados já não estavam mais no local, pois desistiram do atendimento. "Eu acabei sendo atendido, mas quando fui embora percebi que ainda tinha muita gente que estava esperando havia muito tempo".

A auxiliar de limpeza Adrielly de Souza Vidal, 26 anos, também aguardava atendimento desde 10h, no domingo. Ela relatava muita dor nos rins e pressão na cabeça. “Só mediram a pressão e mais nada. Toda vez que pergunta, eles falam que os médicos vão chegar, mas nunca chegam”.

O que diz a Sesau? - Apesar dos relatos ouvidos pela reportagem, a secretaria informou que todos os profissionais escalados para atender no final de semana estavam presentes nas unidades. "A demanda está alta, no entanto, todos os pacientes estão sendo atendidos".

A Prefeitura estimou o tempo protocolar de espera em 4 horas, com o atendimento em unidades de urgência e emergência definido pela condição de risco dos pacientes, sendo prioridade os casos de maior gravidade.

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