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Capital

Com 47 servidores da Saúde infectados em Campo Grande, HR critica aglomerações

Foram 47 médicos infectados pela doença, no Hospital Regional foram 7 servidores infectados

Geisy Garnes | 23/06/2020 17:04
O Regional é referência no tratamento de pacientes com Covid-19. Nesta semana, um hospital de campanha começou a ser ativado em frente a unidade (Foto: Paulo Francis)
O Regional é referência no tratamento de pacientes com Covid-19. Nesta semana, um hospital de campanha começou a ser ativado em frente a unidade (Foto: Paulo Francis)

Com 7 servidores infectados pela covid-19, a diretoria do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, referência no tratamento de pacientes da doença, publicou na tarde desta terça-feira (23) uma nota de repúdio contra a “forma irresponsável que grande parcela da população de Campo Grande” tem agido diante das medidas de isolamento para combate a disseminação do coronavírus na cidade.

Na nota, chama atenção para o número de 47 servidores da linha de frente de Campo Grande infectados pela covid, 7 do Hospital Regional e deixa claro o  “desagrado” com as cenas quase que diárias de aglomeração flagradas na cidade. “Não bastam os dados alarmantes da doença, que afetam mais de mil campo-grandenses e que já sobrecarrega o sistema público de saúde. Além de não contribuir com absolutamente nada de positivo, atrapalham os esforços da prefeitura, Secretaria de Estado de Saúde e do seu Hospital Regional”.

Conforme o hospital, a baixa taxa de isolamento desde o feriado do Dia das Mães contribuiu diretamente para o aumento dos números de caso em Campo Grande. No dia 11 de maio, eram confirmados 159 pacientes com a doença. Hoje os registros ultrapassam 1.230. Um aumento exponencial de nove vezes o número inicial. “Reflexo do afrouxamento do isolamento horizontal”, afirma a nota.

“O toque de recolher imposto pela prefeitura de Campo Grande não vem sendo respeitado em nenhuma região do município. Há inclusive bares com superlotação, aglomeração, pessoas sem máscaras e compartilhando copos, cuias e narguilés”, descreve. Na noite de domingo, 21 de junho, a inauguração de um bar, com show ao vivo, reuniu centenas de pessoas na Antônio Maria Coelho.

Na nota divulgada nesta tarde, o hospital reforçou que o isolamento horizontal é, ainda, a medida mais eficaz para reduzir o número de vítimas, a transmissão e o ritmo de propagação da Covid-19. A equipe da unidade afirmar ser contra o lockdown, bloqueio total da cidade, mas pede medidas sérias contra aqueles que insistem em desrespeitar as orientações das autoridades de segurança.

“Não, não somos a favor do lockdown, queremos medidas sérias e punições severas. Vale ressaltar que temos em Campo Grande 47 médicos da linha de frente infectados com o novo coronavírus, sete colaboradores desse Hospital que estão afastados pelo contágio, além da grande taxa de ocupação dos leitos, nossos combatentes estão sendo infectados; estamos perdendo tempo, espaço e vidas humanas para a covid-19.”

“Chegou a hora de parte da população campo-grandense insensível ao momento delicado em que passamos, com as condições de atendimento das unidades de saúde, e com a vida humana serem responsabilizadas pelas de dezenas de mortes ocasionadas pela COVID-19 em nosso município. Que suas ações egocêntricas e inoportunas não provoquem o colapso na rede pública de saúde, o que ocasionaria mais mortes; pessoas, não números. Para nós do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, que lidamos com a vida humana diuturnamente, 24 horas por dia, sete dias por semana, e que não medimos esforços para salvar vidas, o descaso de vocês é inadmissível”, afirmam.

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