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Capital

Com entrega de 182 casas, governo acaba com favela Cidade de Deus

Aline dos Santos | 02/09/2011 11:55

Próximo alvo do programa de desfavelamento será o Morada Verde

Terceira etapa de residencial foi inaugurada hoje perto do Lixão. (Foto: Simão Nogueira)
Terceira etapa de residencial foi inaugurada hoje perto do Lixão. (Foto: Simão Nogueira)

A troca dos barracos por casas populares na favela Cidade de Deus teve a última etapa realizada hoje em Campo Grande, com a inauguração de 182 unidades.

Ao todo, o residencial José Teruel Filho, construído aos pés do Lixão, de onde boa parte das famílias tira o seu sustento, tem 362 casas. O projeto original passou por três readequações para atender a demanda. “Foram chegando mais pessoas e fomos redimensionando”, afirma o diretor-presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação), Paulo Matos.

De acordo com ele, o próximo alvo do programa de desfavelamento será o Morada Verde, na saída para Cuiabá. “Nós escolhemos algumas prioridades. E uma delas era acabar com as favelas e moradias de risco. Já entregamos o residencial Ronaldo Tenuta [no Portal Caiobá], casas no Nororeste. Agora, tem o Morada Verde”, salienta o diretor da Emha.

Nesta sexta-feira, antes da entrega das chaves no bairro Dom Antônio, algumas pessoas protestaram com cartazes, reclamando de distribuição irregular de imóveis. “Essas pessoas não estavam aqui quando fizemos o cadastro. Mas vou receber uma comissão na segunda-feira para conversar”, afirma Matos.

O protesto foi citado pelo governador André Puccinelli (PMDB) em seu discurso. “Falaram que entregaram casa para quem não estava cadastrado, que tinha gente com casa no Lageado e veio receber aqui. Acho que devemos dar crédito às pessoas para não cometer injustiça”, afirmou o governador, que prometeu que as denúncias serão apuradas.

O prefeito Nelsinho Trad (PMDB) disse que aos catadores de recicláveis que a usina de triagem será concluída para ativação do aterro sanitário, e, de forma consequente, o fim do Lixão. “Vamos resolver a questão do lixo urbano na nossa cidade”, afirmou.

Secretário estadual de Habitação e Cidades, Carlos Marun, lembrou que, à época da invasão da área, muitos pediram para que o grupo fosse expulso. “Mas em vez de arrancar, viemos aqui conhecer essas pessoas. Vi que tinha muita gente boa, que precisava do nosso apoio para ter a casa”, afirmou.

Os investimentos aplicados no empreendimento tiveram a seguinte ordem: R$ 5,3 milhões do Governo Federal, R$ 1,3 milhão do governo do Estado e cerca de R$ 650 mil da administração municipal.

A prefeitura também doou o terreno e foi responsável pela infraestrutura para construção das residências. Cada imóvel tem 35 metros quadrados de área construída, com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço.

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