Com gente esperando há 5 anos, demora para tratar pé torto é investigada
Há 40 pessoas na fila para o tratamento em Campo Grande, segundo apurou o Ministério Público de MS
O tratamento para quem nasceu com pé torto está demorando bastante na rede pública de Campo Grande. Segundo apurou o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), há 40 pessoas aguardando por algum procedimento relacionado à condição, sendo de cinco anos a espera mais longa.
Os dados foram repassados pela própria Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que regula o atendimento aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
Na semana passada, o MPMS começou a investigar a demanda reprimida e pediu que a pasta municipal envie os nomes de todos os pacientes que esperam pelo tratamento, seja uma cirurgia, seja um outro método, seja uma revisão. O prazo dado para isso é de 20 dias.
No inquérito aberto para a investigação, a Santa Casa e o Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), de Campo Grande, são acionados para informarem quantos desses pacientes conseguem atender por mês e se estão autorizados a fazerem os procedimentos. As instituições também têm prazo para responder.
Ao Campo Grande News, a assessoria de imprensa da Sesau afirmou que tem convênio com o Humap para a realização de tratamento de pé de torto e que está "em tratativas para ampliação do serviço" com a Maternidade Cândido Mariano, de Campo Grande.
A pasta acrescentou que são disponibilizadas 40 vagas mensais para cirurgias de ortopedia geral no Humap, com a finalidade de atender pacientes que estão na fila. Aponta ainda que "desde 2022, há uma carência de profissionais no mercado" e, assim, tenta "ampliar a oferta destes profissionais por meio de processos seletivos com objetivo de compor o quadro de servidores da rede municipal de saúde e abrindo diálogos com outras instituições hospitalares como forma de ampliar o serviço na rede municipal de saúde".
O quanto antes - De acordo com publicação da Sociedade Brasileira de Ortopedia, o pé torto congênito se desenvolve durante a gestação e não há como prevenir.
O tratamento é aconselhado logo após o nascimento pelo método Ponseti, que consiste em trocas sucessivas de gesso. Em alguns casos, cirurgia complementar no tendão de Aquiles é indicada.
Matéria atualizada às 11h57 para acrescentar nota da Sesau.
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