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Capital

Com investimento de R$ 50 milhões, Cidade do Ônibus fica para 2015

Kleber Clajus | 26/11/2014 07:56
Projeto que retira circulação de ônibus da cidade ainda não saiu do papel e pode ficar para 2015 (Foto: Marcos Ermínio / Arquivo)
Projeto que retira circulação de ônibus da cidade ainda não saiu do papel e pode ficar para 2015 (Foto: Marcos Ermínio / Arquivo)

O projeto da Cidade do Ônibus deve ficar para 2015, uma vez que ainda não encontra consenso entre vereadores para doação de 11 áreas com incentivos do Prodes (Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social). A proposta, avaliada em R$ 50 milhões, pretende reduzir o tráfego de veículos das empresas interestaduais, a poluição e colaborar com o meio ambiente ao concentrar áreas de lavagem e abastecimento.

Natal Baglioni Meira, secretário de desenvolvimento econômico, explica que “faltou entendimento” durante a tramitação do projeto, retirado pelo prefeito Gilmar Olarte (PP) para não travar votações na Câmara Municipal.

Edil Albuquerque (PMDB), líder do prefeito e principal articulador do projeto, até admite não haver condições de debatê-lo novamente este ano. “Se entrar na pauta será ano que vem”, resume.

A proposta, existente desde 2010, foi formatada em conjunto com o Rodosul (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Mato Grosso do Sul). Inovadora, ela esbarra em questionamentos de parlamentares da oposição, como Paulo Pedra (PDT) que critica o fato de se doar nova área a empresas já constituídas e altamente capitalizadas no município. Outra dúvida é quanto aos empregos, uma vez que ao invés de postos individuais de combustível e lavagem dos veículos haverá apenas um com a implantação da Cidade do Ônibus.

Rebatendo as críticas, Natal Baglioni esclarece a doação não ocorre “de graça”, mas as empresas tem ônus de evitar demissões, criar novos empregos e mudar toda sua base de operações para o loteamento no Pólo Empresarial Wilmar Lewandowski, nas proximidades das Moreninhas.

“Naturalmente as empresas tem terrenos bem valorizados na cidade por terem se instalado há mais de 40 anos, mas a prefeitura vê o projeto do ponto de vista de menos poluição, trânsito, risco de contaminação do lençol freático e prejuízos a rede de esgoto com descarte de graxa, por exemplo. A pessoa não vai ganhar terreno para não fazer nada e a escritura tem cláusula de reversão”, pontua o secretário.

No intervalo de 24 horas, por exemplo, estima-se que sejam realizadas 600 viagens de ônibus vazios entre o terminal rodoviário e a garagem das empresas, algumas delas na área central de Campo Grande.

Pela proposta, o itinerário se altera para o anel viário onde ficará espaço de 20 hectares administrado pelo sindicato das empresas dotado de garagens, centro de abastecimento único, hotel de trânsito, refeitório e estação de tratamento para reapreoveitamento da água utilizada na lavagem dos veículos por até quatro vezes.

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