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Capital

Com ladrões armados em crimes, confrontos com PM matam o dobro

Entre janeiro em maio deste ano, 16 civis morreram em troca de tiros, enquanto oito foram vítimas em 2015

Leandro Abreu | 02/07/2016 08:34
Em abril do ano passado, dois assaltantes foram mortos em confronto com a PM em menos de 10h. (Foto: Arquivo)
Em abril do ano passado, dois assaltantes foram mortos em confronto com a PM em menos de 10h. (Foto: Arquivo)
Já em janeiro deste ano, em pouco mais de 20 dias, oito pessoas apontadas como criminosas foram mortas em conflitos com policiais militares. (Foto: Marcos Ermínio)
Já em janeiro deste ano, em pouco mais de 20 dias, oito pessoas apontadas como criminosas foram mortas em conflitos com policiais militares. (Foto: Marcos Ermínio)

Entre janeiro e maio deste ano, 16 pessoas morreram em confronto contra policiais militares em Campo Grande, o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. Para o CPM (Comando de Policiamento Metropolitano) da PM (Polícia Militar), as trocas de tiros estão mais “comuns” contra bandidos, que estão utilizando armas de fogo até mesmo para crimes mais “simples” como roubo de celulares.

As estatísticas são da própria Polícia Militar, que apontam ainda apenas um civil ferido em confronto contra policiais nos cinco primeiros meses do ano passado, enquanto esse ano foram 51 baleados. Nenhum policial militar morreu ou ficou ferido em confronto com bandidos neste ano e também no ano passado, entre janeiro e maio.

O caso mais recente ocorreu na madrugada desta sexta-feira (1°), quando Elisson da Silva Crisanto, o “Dentinho”, 19 anos, foi morto após trocar tiros com policiais do Batalhão de Choque da PM. Com extensa ficha criminal, a vítima era suspeito de matar o catador José Cláudio de Castro, 26 anos, no Parque Lageado em 2015. Além disso, a polícia ainda apura se Dentinho estava envolvido na morte do soldado do Exército Elton Cézar Roveri, 18 anos, durante um assalto no dia 23 de junho, no bairro Parati. Esse caso não entra na estatística da PM, que possui registros somente até mais.

Para o comandante do CPM, coronel Waldir Ribeiro Acosta, os criminosos estão tendo mais facilidade para conseguir armas de fogo, que acabam sendo usadas em crimes mais “simples”. “Os crimes que mais temos relatos são roubos de celulares em via pública, onde as pessoas se distraem mexendo no aparelho e são surpreendidas pelo criminoso. Até nesse tipo de crime estão usando arma de fogo”, explica.

Quando é abordado pelo policial, o criminoso acaba reagindo e atirando para tentar evitar a prisão, o que faz com que o oficial responda a altura, segundo o coronel. “A gente tem observado que tem muitas pessoas praticando roubo e utilizando arma de fogo. E sempre que a polícia vai abordar e o cidadão reage, o policial usa a força quando necessário” explicou.

Ainda segundo o coronel, outros agravantes na sociedade acabam levando as pessoas a praticarem crimes. “Temos alguns agravantes que é questão do desemprego e uso de drogas. Por conta disso, o indivíduo acaba indo para o delito. E esses registros também são reflexos do aumento de ações da PM. A polícia aumentou as apreensões de arma, as prisões e o número de operações. Durante essas ações, os criminosos acabam reagindo e em confronto acabam feridos ou mortos”, completou.

Por fim, o comendante da CPM afirma que as mortes não ficam sem investigação. “Toda ação nossa é depois verificada. Um procedimento é aberto na corregedoria, observamos se tudo está dentro da legalidade. E o policial também é submetido ao atendimento da Policlínica da corporação com médicos e psicólogos”, finalizou.

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