Com Luiza Brunet e pai de vítima, marcha quer homens em defesa das mulheres
“Não é fácil para o homem assumir que está andando em prol do enfrentamento à violência doméstica”
A “Marcha dos Homens” saiu às ruas de Campo Grande nesta segunda-feira (dia 6), para reforçar o papel deles no fim da violência contra as mulheres. Cabe destacar que são majoritariamente os homens os autores dos crimes. A caminhada reuniu da ativista Luiza Brunet a pai de vítima de feminicídio. A marcha contou com 600 participantes, que foram do Paço Municipal à Praça do Rádio, ambos na Avenida Afonso Pena.
“Eu sabia que vinha bastante gente, mas fiquei surpresa com a quantidade de homens. Achei que vinha mais mulheres do que homens. Não é fácil para o homem assumir que agora está andando em prol do enfrentamento à violência doméstica. A violência contra a mulher é a maior pandemia global do mundo”, afirma Brunet.
Sofrendo as dores de um feminicídio, o empreendedor Stephan Hofmann, 70 anos, vestiu a camisa com a fotografia da filha Maria Graziele Elias de Souza. Ela tinha 21 anos e foi morta pelo ex-marido. O crime foi no ano passado e traz as marcas do ódio contra a mulher. O homem matou e abandonou o corpo às margens da rodovia, com o rosto da jovem desfigurado.
“Vim à passeata para lembrar a Graziele e lutar por justiça. O autor ainda não foi condenado. Esse tipo de ação conscientiza”.
O prefeito Marquinhos Trad (PSD) destacou que é triste serem necessárias leis para garantir coisas óbvias, como a proteção aos direitos da mulher, idosos e crianças. “Na Bíblia, tem esses ensinamentos. Estamos em um momento que os próprios homens devem ir à rua para dizer que a mesma boca que professa, o amor não pode professar ódio. Devemos ser exemplo a nível nacional, começando dentro da nossa casa”.
A ideia de que o exemplo motiva foi defendida pelo servidor público Leandro Henrique da Costa, 20 anos. “As pessoas precisam parar de normalizar a violência. O evento ajuda a transmitir essa ideia para os homens que estão em casa”.
De acordo com Mariana Sampaio, da Subsecretaria de Políticas para a Mulher, a passeata faz parte da campanha internacional de 16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. Ao término da caminhada, os participantes soltaram balões brancos.