Com queimaduras pelo corpo, criança vai para abrigo
Pais negam maus-tratos, saíram de barraco onde moravam e estão na casa da avó do menino, no mesmo bairro
A família da criança encontrada em rua do bairro Jardim Noroeste não está mais em barraco no bairro e, agora, a família com pai, mãe e oito filhos vive na casa da avó, também no Noroeste. Entretanto, o pequeno que foi resgatado, depois de passar cerca de quatro horas sobre monte de areia no último sábado, está em abrigo e a mãe pode perder a guarda.
O Campo Grande News falou com os pais da criança, que lamentam toda a situação e negam quaisquer maus-tratos. Os nomes serão preservados para não identificar o menino. O pai, de 37 anos, afirmou que é mentira o fato de o filho ter sido queimado com cigarro. “A gente cozinha em fogão de lenha e ele estava brincando perto, com um negócio de plástico e voou fuligem nele, o brinquedo queimou. Onde o brinquedo encostou, ficou mais feio”, contou.
De palavras simples, ele disse que nunca machucou o filho, ao que a mãe, de 43 anos, completou que “se perguntarem do pé dele, eu conto: eu ganhei um sapato para ele, mas era menor que o pé dele e acabou machucando o tornozelo e o calcanhar”, disse a dona de casa que diz estar sem o seu “indinho”, se referindo ao fato de ela ser indígena e assim, o filho também. “Ele ainda mama no peito. Está sendo muito difícil”, desabafou.
A mãe comentou ainda que desde sábado, quando viu a criança pela última vez na delegacia, está sem comer nada e só bebe água. A avó do menino, por sua vez, disse que pediu muito para que o policial deixasse o neto lá no dia da ocorrência, mas lhe foi negado porque ele estava muito sujo e machucado.
Sobre terem perdido a criança, os pais disseram que bebiam cerveja no sábado à tarde e num descuido, o filho sumiu. “Foi a primeira vez que aconteceu isso. Eu sempre tenho muita atenção e eles sempre ficam perto de mim”, disse a dona de casa. O pai continuou e disse que “acho que ele estava querendo vir atrás da minha mãe”, no caso, a casa da avó, onde todos estão agora.
O casal tem nove filhos, sendo dois de 23 e 19 anos que já estão casados e outros sete com 16, 14, 12, 10, 8, 6 e 2 anos de idade, que foi o resgatado no sábado. A mãe é dona de casa e o pai, serviços gerais que faz “bicos”. “Quando a gente deu a falta dele, a polícia já estava com ele”, lamentaram.
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