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Capital

Com quilos a menos, aparência de réus chama atenção em júri 4 anos após prisões

Marcelo Rios, 46, foi o que mais chamou a atenção; rosto do homem alto evidencia emagrecimento

Anahi Zurutuza e Aline dos Santos | 17/07/2023 10:42
Jamil Name Filho em foto antes da prisão e agora, aos 46 anos (Fotos: Arquivo pessoal e Henrique Kawaminami/ Arte: Lennon Almeida)
Jamil Name Filho em foto antes da prisão e agora, aos 46 anos (Fotos: Arquivo pessoal e Henrique Kawaminami/ Arte: Lennon Almeida)

Com vários quilos a menos, os três réus em julgamento de execução por engano chamaram atenção pela aparência abatida. Jamil Name Filho e Vladenilson Daniel Olmedo optaram por camisetas brancas e Marcelo Rios veste vermelho.

Jamil Name Filho, acusado de ser o mandante do assassinato, tinha 42 anos quando foi preso em setembro de 2019. Ele cumpre prisão preventiva (para garantir a aplicação da lei, mas não necessariamente por causa de pena) em cela da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) desde outubro daquele ano. Em 21 de fevereiro deste ano, completou 46 anos na prisão.

A magreza de Jamilzinho já havia sido notada em audiências no transcorrer do processo. Ele participava, porém, por videoconferência. Hoje, ao vivo, durante o júri, a perda de peso nos últimos quatro anos ficou nítida.

Marcelo Rios, na chegada no Centro de Triagem do Complexo Penal de Campo Grande, em maio de 2019, e hoje, no júri (Fotos: Henrique Kawaminami)
Marcelo Rios, na chegada no Centro de Triagem do Complexo Penal de Campo Grande, em maio de 2019, e hoje, no júri (Fotos: Henrique Kawaminami)

O ex-guarda municipal Marcelo Rios, 46, foi o que mais chamou a atenção. Homem alto e de cabeça raspada, ele tem o rosto marcado pelos ossos aparentes, sinais do emagrecimento, além de evidente perda de massa corporal.

O policial civil aposentado Vladenilson acaba de fazer 64 anos – em 9 de julho – também está mais magro do que parecia ser nas fotos tiradas pelos policiais que fizeram campana no condomínio onde vivia a família Name, no Jardim São Bento, bairro nobre de Campo Grande, durante as investigações que embasaram a Operação Omertà.

Com camiseta de manga comprida e calça, ele veste chinelos brancos, enquanto os outros dois usam tênis.

"Vlad" em foto feita durante campana da Omertà e nesta segunda-feira, no Tribunal do Júri (Fotos: Reprodução e Henrique Kawaminami)
"Vlad" em foto feita durante campana da Omertà e nesta segunda-feira, no Tribunal do Júri (Fotos: Reprodução e Henrique Kawaminami)

Acusações – Jamilzinho é acusado de ser o mandante da execução de Paulo Roberto Teixeira Xavier, policial militar aposentado que era considerado traidor pelos Name.

Rios e “Vlad”, como era conhecido, segundo a investigação, trabalhavam como “gerentes” dos “negócios escusos” da família e teriam sido responsáveis pelo planejamento do assassinato, que por erro dos pistoleiros contratados – José Moreira Freires, “Zezinho”, e Juanil Miranda – acabou com a vida de Matheus Coutinho Xavier, 19 anos, o filho de “PX”.

Os réus durante depoimento da primeira testemunha, delegada Daniela Kades (Foto: Henrique Kawaminami)
Os réus durante depoimento da primeira testemunha, delegada Daniela Kades (Foto: Henrique Kawaminami)

Júri – Com 3 condenações, que já somam 23 anos e 2 meses de prisão, Name Filho, de 46 anos, se sentou no banco do réus por volta de 8h30. Embora já tenha sido sentenciado por extorsão armada, formar organização criminosa e porte ilegal de armas, esta é a primeira vez que Jamilzinho vai a júri popular.

Name e Marcelo Rios chegaram na madrugada de sábado (15) a Campo Grande, quatro anos depois de deixarem a Capital para ocupar cela no presídio de segurança máxima no Rio Grande do Norte.

Forte esquema de segurança movimentou o Fórum de Campo Grande por volta das 6h30 desta segunda-feira (17), o que indicou a chegada dos réus. Van da Polícia Penal Federal surgiu em alta velocidade, escoltada por viaturas e batedores da corporação, além dos reforços da Guarda Civil Metropolitana e do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar).

As equipes fecharam ruas das proximidades do acesso do Tribunal do Júri, pela Rua da Paz, e a van entrou por garagem do Fórum na Rua 25 de dezembro, a poucos metros, menos de uma quadra, da casa onde a família Name viveu por muito tempo, na região central da cidade.

Logo depois, camburão da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul chegou e entrou pelo mesmo acesso, provavelmente para levar Vladenilson Daniel Olmedo, o terceiro réu no caso, que está preso na Penitenciária Estadual da Gameleira 2, a “Federalzinha”, em Campo Grande.

Plateia fez fila para entrar no plenário e todas as pessoas que foram ao local para assistir ao julgamento passaram por revista. Policiais do Batalhão de Choque e agentes do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) portam armas cano longo até dentro do plenário.

Confira a galeria de imagens:

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Morto por engano – O estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier foi assassinado no dia 9 de abril de 2019. O ataque aconteceu por volta das 18h, quando ele saía da casa onde vivia com o pai, no Jardim Bela Vista, bairro nobre de Campo Grande.

A investigação apurou que o universitário foi morto por engano, pois estava manobrando o carro do pai. O policial militar reformado Paulo Roberto Teixeira Xavier era considerado traidor pela família Name, por isso, seria o alvo.

O rapaz foi atingido com sete tiros de fuzil AK-47 e o disparo fatal foi na base do crânio.

Jamil Name teve o nome excluído do processo depois de sua morte, em maio de 2020, vítima de covid-19. O processo foi desmembrado para outros dois réus, por estarem foragidos: José Moreira Freire, o “Zezinho”, e Juanil Miranda Lima.

Os dois, segundo a acusação, seriam os pistoleiros, responsáveis pela execução. “Zezinho”, que foi morto em troca de tiros com a Polícia Militar em Mossoró (RN), em dezembro de 2020, também teve nome excluído.

Juanil Miranda está desaparecido e é considerado foragido. Neste caso, a Justiça determinou a suspensão dos trâmites até que ele seja recapturado.

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