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Capital

Duas mulheres e 5 homens decidirão se Name é culpado ou inocente por assassinato

Jurados dormirão em hotel enquanto durar julgamento, se necessário, com oficial de Justiça no meio

Anahi Zurutuza e Bruna Marques | 17/07/2023 09:38

Acompanhe ao vivo o júri popular de Jamilzinho Name.

Da esquerda para a direita, a advogada Cristiane Coutinho, a mãe de Matheus, e os promotores de Justiça, responsáveis pela acusação, Gerson Eduardo de Araújo, Luciana Rabelo, Moisés Casarotto e Douglas Oldegardo (Foto: Henrique Kawaminami)
Da esquerda para a direita, a advogada Cristiane Coutinho, a mãe de Matheus, e os promotores de Justiça, responsáveis pela acusação, Gerson Eduardo de Araújo, Luciana Rabelo, Moisés Casarotto e Douglas Oldegardo (Foto: Henrique Kawaminami)

Duas mulheres e cinco homens decidirão se Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Daniel Olmedo são ou não culpados pela execução de Matheus Coutinho Xavier, 19 anos, morto no lugar do pai em 9 de abril de 2019.

O sorteio do conselho de sentença começou por volta das 9h. Promotores, responsáveis pela acusação, dispensaram uma mulher e um homem, enquanto a defesa de “Vlad”, como é conhecido o réu, dispensou outras três mulheres.

Jamil Name Filho sorri ao conversar com advogado Eugênio Carlo Balliano Malavasi, um dos integrantes da defesa (Foto: Henrique Kawaminami)
Jamil Name Filho sorri ao conversar com advogado Eugênio Carlo Balliano Malavasi, um dos integrantes da defesa (Foto: Henrique Kawaminami)

Depois que se sentaram nas cadeiras destinadas aos jurados, local protegido por vidro para que seja garantido o sigilo da imagem do conselho de sentença, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, que preside o julgamento, permitiu que os sete fizessem contato com a família e pedissem mala com roupas e outros pertences pessoais, já que a previsão é que o júri vá levar quatro dias, até quinta-feira. “Se for necessário, a gente manda buscar”, avisou o magistrado.

O conselho de sentença dormirá em hotel. As reservas já foram feitas pelo Judiciário, que também fará segurança dos jurados.

Enquanto transcorre o julgamento, os homens e mulheres não podem discutir o caso entre si e nem com pessoas de fora. Para garantir a incomunicabilidade dos jurados, sob pena de o júri ser anulado, se necessário, oficial de Justiça dormirá entre os representantes do povo.

Banca de advogados de defesa dos três acusados. Da esquerda para a direita, os três mais à frente, Malavasi, Nefi Cordeiro e Marcio Widal (Foto: Henrique Kawaminami)
Banca de advogados de defesa dos três acusados. Da esquerda para a direita, os três mais à frente, Malavasi, Nefi Cordeiro e Marcio Widal (Foto: Henrique Kawaminami)

Júri – Com 3 condenações, que já somam 23 anos e 2 meses de prisão, Name Filho, de 46 anos, se sentou no banco do réus por volta de 8h30. Embora já tenha sido sentenciado por extorsão armada, formar organização criminosa e porte ilegal de armas, esta é a primeira vez que Jamilzinho vai a júri popular.

Name e o ex-guarda municipal Marcelo Rios chegaram na madrugada de sábado (15) a Campo Grande, quatro anos depois de deixarem a Capital para ocuparem cela da Penitenciária Federal de Mossoró (RN).

Forte esquema de segurança movimentou o Fórum de Campo Grande por volta das 6h30 desta segunda-feira (17), o que indicou a chegada dos réus. Van da Polícia Penal Federal surgiu em alta velocidade, escoltada por viaturas e batedores da corporação, além dos reforços da Guarda Civil Metropolitana e do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar). As equipes fecharam ruas das proximidades do acesso do Tribunal do Júri, pela Rua da Paz, e a van entrou por garagem do Fórum na Rua 25 de dezembro, a poucos metros, menos de uma quadra, da casa onde a família Name viveu por muito tempo, na região central da cidade.

Logo depois, camburão da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul chegou e entrou pelo mesmo acesso, provavelmente para levar Vladenilson Daniel Olmedo, o terceiro réu no caso, que está preso na Penitenciária Estadual da Gameleira 2, a “Federalzinha”, em Campo Grande.

Os camburões só tiveram as portas abertas depois do fechamento do portão. Por isso, não foi possível ver quem descia.

Plateia fez fila para entrar no plenário e todas as pessoas que foram ao local para assistir ao julgamento passaram por revista. Policiais do Batalhão de Choque e agentes do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) portam armas cano longo até dentro do plenário.

Os réus: mais à frente, Vladenilson Olmedo, de vermelho, Marcelo Rios, e ao fundo, Jamil Name Filho (Foto: Henrique Kawaminami)
Os réus: mais à frente, Vladenilson Olmedo, de vermelho, Marcelo Rios, e ao fundo, Jamil Name Filho (Foto: Henrique Kawaminami)

Morto por engano – O estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier foi assassinado no dia 9 de abril de 2019. O ataque aconteceu por volta das 18h, quando ele saía da casa onde vivia com o pai, no Jardim Bela Vista, bairro nobre de Campo Grande.

A investigação apurou que o universitário foi morto por engano, pois estava manobrando o carro do pai. O policial militar reformado Paulo Roberto Teixeira Xavier era considerado traidor pela família Name, por isso, seria o alvo.

O rapaz foi atingido com sete tiros de fuzil AK-47 e o disparo fatal foi na base do crânio.

Jamil Name teve o nome excluído do processo depois de sua morte, em maio de 2020, vítima de covid-19. O processo foi desmembrado para outros dois réus, por estarem foragidos: José Moreira Freire, o “Zezinho”, e Juanil Miranda Lima.

Os dois, segundo a acusação, seriam os pistoleiros, responsáveis pela execução. “Zezinho”, que foi morto em troca de tiros com a Polícia Militar em Mossoró (RN), em dezembro de 2020, também teve nome excluído.

Juanil Miranda está desaparecido e é considerado foragido. Neste caso, a Justiça determinou a suspensão dos trâmites até que ele seja recapturado.

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