Com ruas tomadas por buracos, motoristas se arriscam no zigue-zague
As chuvas recordes que atingiram a Capital nos últimos dias fizeram abrir novos buracos em diversas vias da cidade. O problema é que ao desviar dos obstáculos, motoristas se arriscam fazendo zigue-zague nas pistas, o que contribui para os acidentes de trânsito. Prejuízos com pneus estourados e rodas empenadas também já viraram rotina de quem trafega por Campo Grande.
Na frente do Shopping Norte Sul Plaza, por exemplo, na Avenida Ernesto Geisel, uma cratera se abriu. O comerciante Arlindo Soares Brito, 62 anos, que trabalha há 2 no local, disse que toda a vez que chove o problema é o mesmo. “Qualquer momento vai sair um acidente por aqui. O pior é que a prefeitura demora de quatro a cinco meses para fazer o reparo. Só falta pneu sair rolando agora”, comentou.
A aposentada Vilma Fernandes Barretos Sampaio, 62 anos, que passa sempre pelo local para ir ao shopping, falou que o material usado para fazer os reparos não é adequado, é por isso o buraco volta a se abrir com as chuvas. “Acho que devim ter arrumado já. A gente paga nosso imposto e não temos melhorias”, apontou.
Após a suspensão da operação tapa-buraco pelo Prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP), por ser considerado serviço menos essencial, e por isso foi suspenso como forma de economia, buracos se espalharam por várias ruas da Capital. Por exemplo, no Trevo Imbirussu, Rua da Paz, Panambivera, Avenida Manoel da Costa, Avenida Três Lagoas, entre outras.
A Avenida Lúdio Martins Coelho também está tomada por buracos. No cruzamento com a Rua Roseiros, um deles está dando dor de cabeça para os motoristas. É o que conta o borracheiro Marcos Silva de Albuquerque que já tampou diversas vezes o buraco com entulhos. “A chuva vem e leva o que eu fiz. Várias motoristas tem o pneu estourado por aqui. Dá dó viu”, comentou.
Desta forma, a faixa em que ele se encontra está interditada nesse ponto. Quem passa por lá ou desvia deste buracos, ou dos outros cinco que estão volta. “Isso aqui é um queijo suíço, Já pedimos para a prefeitura arrumar, mas até agora nada. O pior é que só pegar uma caminhonete e vir jogar piche”, mencionou o empresário Eliezer Carvalho, 62.
Foi exatamente isso que outros empresários da região fizeram, segundo a proprietária de uma loja de som, Denise Oliveira Almeida, 30. “O pessoal tirou do próprio bolso e arrumou, mas veio a chuva e abriu novamente o buraco. Está complicado”, finalizou.
O prefeito disse que está buscando alternativas para evitar “que o município se transforme em um queijo suíço”. Segundo Bernal, está em analise a possibilidade da prefeitura montar uma equipe afim de executar o serviço, no entanto, a alternativa esbarra na falta de maquinário.
“No momento a prefeitura tem apenas dois rolinhos compactadores e os demais maquinários estão defasados. Agora temos que buscar alternativas economicas e inteligentes para agilizar o serviço. Inclusive vamos conversar com o Ministério Público a respeito disso”, disse o prefeito em entrevista anterior ao Campo Grande News. Questionado sobre a possibilidade de novas licitações, Bernal afirmou que isto demandaria muito tempo, e o que a cidade precisa hoje, é de um serviço rápido.
O secretário municipal de Planejamento, Finanças e Controle, Disney de Souza Fernandes, informou que a prefeitura tem R$ 12 milhões de dívidas de serviços menos essencias prestados anteriormente. Segundo ele, na semana que vem o prefeito vai divulgar um balanço das finanças em relação aos dias que está no Executivo e anunciar um plano emergencial para solucionar o problema. No momento apenas uma equipe realiza o tapa-buracos na cidade
Na Bandeirantes, no cruzamento com a 26 de Agosto, uma “panela” de um metro e meio se formou no meio da avenida há dois meses. O buraco é tão grande que a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) teve que sinalizar com cavaletes. Vejam os vídeos dos buracos e carros caindo dentro: