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Capital

Com salário atrasado, vigilantes "trancam" o patrão com corrente e cadeado

Funcionários da SJT Vigilância ainda não receberam e dono da empresa admite que não tem dinheiro

Por Ângela Kempfer e Ana Beatriz Rodriguez | 15/01/2024 16:59
Portão de elevação foi trancado com corrente e cadeado. (Foto: Alex Machado)
Portão de elevação foi trancado com corrente e cadeado. (Foto: Alex Machado)

Há 5 meses, os funcionários da SJT Segurança e Vigilância Patrimonial recebem os salários atrasados. Mas em janeiro o problema piorou muito, porque não há nem previsão de depósito. Indignados, hoje (15) eles resolveram agir. Foram até a sede da empresa, na Rua Rui Barbosa, Bairro Santa Doroteia, e trancaram o portão principal com corrente e cadeado.

O patrão também ficou revoltado. "Não acho certo meus funcionários, junto do sindicato, deixarem a gente preso aqui", reclamou o sócio-proprietário da STJ, Adilson Bevilaqua. Ele disse que já tentou negociar com os trabalhadores, mas alega não ter dinheiro para o pagamento. "Tive muitos gastos nesse início do ano, para renovar documentação porque todos usam armas. Para resolver, agora estou negociando com instituições bancárias", garante.

Mas a justificativa não convenceu ninguém. O presidente do Seesvig/MS (Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança de MS) negou manter o empresário em cárcere. "É só uma forma de manifestação pacífica, porque ninguém está preso. Podem sair pelo portãozinho”, diz Celso Adriano Gomes da Rocha, 43 anos, apontando para o portão ao lado, livre para entradas e saídas.

No protesto, grupo representou os 600 funcionários da empresa, que nesta segunda-feira trabalharam normalmente, contratados para segurança em grandes empresas da Capital e também para órgãos públicos federais, Receita Federal, Funasa e Ministério Público Federal.

De camiseta laranja, o presidente do Seesvig/MS (Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança de MS). (Foto: Alex Machado)
De camiseta laranja, o presidente do Seesvig/MS (Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança de MS). (Foto: Alex Machado)

Paulo Ricardo Rocha, 33 anos, participou da manifestação. "O termo usado para o que eu estou sentido é humilhação. É muito triste, porque saio da minha de casa de noite, deixo minha família sozinha na madrugada, para ter que passar por isso. Não deveria estar aqui, porque é um direito os salários, trabalhamos certinho”, protesta.

Paulo explica que o turno na empresa é de 12 horas de serviço com 36 horas de folga. Há 4 anos ele tem essa rotina, antes, sem problema de salário. Mas isso mudou em 2023. “Começaram atrasando, mas agora não dão nem prazo para pagar".

O proprietário confirma a incerteza. "Estamos enfrentando um descompasso financeiro. Mas essa é um a empresa conceituada no mercado. Só a folha dos vigilantes, segundo a empresa, é de R$ 1 milhão."

Depois da manifestação, o grupo deixou a sede da SJT Vigilância, mas prometeu voltar amanhã, caso os salários não sejam pagos.

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