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Capital

Comerciantes nem sequer identificaram barulho dos tiros que mataram policiais

Antônio Marcos Roque da Silva e Jorge Silva dos Santos, de 39 e 50 anos, foram assassinados enquanto transportavam dois presos

Geisy Garnes, Liniker Ribeiro e Gabriel Neris | 09/06/2020 19:56
O crime aconteceu na Rua Joaquim Murtinho, no Itanhangá Park (Foto: Paulo Francis)
O crime aconteceu na Rua Joaquim Murtinho, no Itanhangá Park (Foto: Paulo Francis)

Comerciantes da Rua Joaquim Murtinho nem sequer perceberam os barulhos de tiros que mataram dois policiais civis na tarde desta terça-feira (9), em Campo Grande. Antônio Marcos Roque da Silva e Jorge Silva dos Santos, de 39 e 50 anos, foram assassinados enquanto transportavam dois presos em um carro descaracterizado da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).

O crime desta tarde foi muito rápido, mas mudou o cenário de uma das vias mais movimentadas da cidade, no Bairro Itanhangá. Uma quadra da Joaquim Murtinho, próximo ao cruzamento da Avenida Fernando Corrêa da Costa, foi interditada. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e de várias delegacias de Polícia Civil de Campo Grande ocuparam a rua.

Moradores, comerciantes e policiais ainda tentam entender o que aconteceu.

 Ao Campo Grande News, a funcionária de um dos estabelecimentos da região contou que não pareciam barulhos de tiros. “Quando sai e vi os corpos assustei. Um dos suspeitos saiu do carro e entrou em um dos comércios, fugiu pela porta do fundo”, lembrou.

Para outra testemunha, um caixa de 23 anos, o barulho parecia escapamento de motos. “Ouvi duas vezes esse barulho. Mas isso é comum aqui”. O rapaz só percebeu que algo estava errado quando saiu da loja e viu um dos suspeitos ser perseguido por dois policiais.

Antônio Marcos e Jorge Silva estavam em um Fiat Mobi, viatura descaracterizada, e transportavam dois investigados pela delegacia especializada. Segundo o delegado-geral de Polícia Civil, Marcelo Vargas, como o crime aconteceu ainda precisa ser desvendado, mas a certeza é que os tiros foram disparados de dentro do carro.

Pela avaliação inicial, duas hipóteses foram levantadas pela polícia: que um dos suspeitos conseguiu desarmar os policiais ou que estava com uma arma escondida.

Conforme Vargas, as duas situações, a princípio, indicam falha. As armas dos policiais foram encontradas intactas, o que significa que o mais provável é que revista dos presos não foi realizada de maneira correta.

Após o crime, os suspeitos fugiram. Um deles foi recapturado pouco depois e levado para o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros). As buscas pelo segundo suspeito continuam. Para conseguir escapar, o homem fez reféns e roubou pelo menos dois veículos.

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