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Capital

Como no SUS, pacientes da rede particular enfrentam superlotação por atendimento

Situação deixou pacientes irritados por espera exagerada de mais de quatro horas

Natália Olliver | 22/05/2023 19:13

Quem paga plano de saúde para ser atendido de maneira mais rápida e evitar as quatro horas de espera das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) se depara justamente com a mesma situação. Ambulatórios lotados. Nesta segunda-feira (22), na Unimed Campo Grande, a situação foi essa: muita espera. O cenário de superlotação nas unidades de saúde da Capital tem se assemelhado ao SUS (Sistema único de Saúde).

No vídeo encaminhado ao nosso canal de comunicação com os leitores, Direto das Ruas, a corretora de seguros, que preferiu se identificar apenas como Jaqueline, de 40 anos, disse que a situação na unidade é lamentável.

Pessoal está aqui desde de manhã. Cheguei às 11h30, tem gente que chegou às 9h. Tem muita gente sem máscara tossindo, ninguém sabe o que é. Meu esposo estava aqui com dengue esses dias,  entrou às 9h saiu às 17h45. Hoje, eu que precisei vir, vim direto do trabalho", disse.

Jaqueline está com sintomas gripais e dor nos olhos. A intuição diz que pode ser dengue, mas ela precisa da confirmação de um profissional. O que ela não contava era que precisaria esperar tanto para ser atendida.

“Se paga caro por um plano, eu pago R$ 500,00 por mês, uma pessoa com mais idade deve pagar muito mais, pra ficar umas 5 horas no atendimento”, questiona.

De acordo com a corretora, o hospital admitiu que estava lotado e pediu para que os pacientes aguardassem. “Como a minha pulseira é verde, a gente espera, né?! Chegam pessoas mais greves e vão passando”. Depois de quatro horas de espera, os casos classificados como verde, com menos risco, foram encaminhados ao ambulatório, utilizados anteriormente para os casos de covid-19.

“Tem muito idoso aqui. Isso é um descaso. Tinha um senhor que estava morrendo de frio, chegou às 9h e foi atendido agora há pouco. Ele estava com a faixa amarela. Falei com a filha dele”.

Andréa Silva, de 43 anos, é advogada e também entrou em contato com o Campo Grande News. Ela informou que alguns pacientes chegaram a contatar o Procon. “Faltaram dois médicos plantonistas e eles sequer têm a dignidade de chamarem mais. Tinha gente passando mal, vomitando, chorando. Um auê! Imagine o setor infantil. Muitas pessoas já ligaram para o Procon. O que não sei se resolve muito. Outras já fizeram escândalo. Outras se calam e resignam".

Em nota, a Unimed Campo Grande informou que tomou as devidas providências para agilizar o atendimento.

“Para que todos os pacientes recebam atendimento seguro e adequado, incluindo o encaminhamento daqueles com classificação “pouco urgente” (verde) para o Ambulatório de Urgências, localizado nas dependências do Hospital Unimed Campo Grande, ou ainda para o Pronto Atendimento Digital, onde o paciente pode ser orientado em sua casa.”

O hospital destacou que a unidade segue todos os protocolos e orientações do Ministério da Saúde referente ao atendimento dos pacientes, incluindo a classificação de risco. "Além disso, contamos com equipes completas de médicos e enfermeiros classificadores, focados no atendimento desses pacientes”, finalizou.

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