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Capital

Condomínio vai investir milhões para monitorar crimes em avenida do Tiradentes

Depois de dois anos, associações dos Damhas tiveram autorização para subir em postes e restaurar circuito

Paula Maciulevicius Brasil e Bruna Marques | 27/01/2021 11:11
Investimento quer garantir segurança no principal trecho de acesso aos condomínios de luxo. (Foto: Henrique Kawaminami)
Investimento quer garantir segurança no principal trecho de acesso aos condomínios de luxo. (Foto: Henrique Kawaminami)

A Avenida Marquês de Pombal vai ganhar circuito de monitoramento por pelo menos 1,5 quilômetro da altura do parque gastronômico Gastrota até os residenciais Dahma, na região do Bairro Tiradentes, em Campo Grande. Depois de dois anos de trâmites, a associações que representam os quatro condomínios Damha e o Grand Village tiveram a autorização da Prefeitura para "ocupar, utilizar e explorar a título gratuito e precário, espaços destinados à colocação de postes exclusivamente para instalação de um sistema de câmeras de monitoramento". O termo foi publicado no Diário Oficial do município nessa terça-feira (26).

A avenida é a principal via de acesso aos condomínios de luxo e já tinha uma estrutura inicial em seis postes deixada pelo empreendimento que começou a vender os primeiros lotes do Damha I em 2006 na Capital.

Câmeras já tinham sido instaladas pelo Dahma empreendimento que começou a vender terrenos em 2006 na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami)
Câmeras já tinham sido instaladas pelo Dahma empreendimento que começou a vender terrenos em 2006 na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami)

Sem operação, a estrutura estava sucateada e então as associações se uniram para restaurar e reativar. Presidente da Associação Parque Residencial Damha I, Fernanda Gomes de Araújo explica que foram unidos investimentos dentro dos orçamentos de todos os condomínios para beneficiar não só aos moradores, como toda a região do bairro.

"A Prefeitura veio com essa cedência para a gente formalizar essa estrutura e uma vez ela estando 100% restaurada, vamos fornecer as imagens para a Guarda Municipal e Polícia Militar. Estamos colocando à disposição de toda a comunidade", descreve a representante do Damha I.

Segundo a presidente da associação, as câmeras serão do tipo speed dome que tem uma maleabilidade mecânica que consegue realizar capturas panorâmicas em 360° graus horizontais e ajustes verticais de até 180° e um zoom de 18x.

De início, serão pelo menos 1,5 quilômetros de monitoramento na região da Avenida Marquês de Pombal, do Gastrota ao Damha. (Foto: Henrique Kawaminami)
De início, serão pelo menos 1,5 quilômetros de monitoramento na região da Avenida Marquês de Pombal, do Gastrota ao Damha. (Foto: Henrique Kawaminami)

Em um primeiro momento, serão seis postes com as câmeras e a central do circuito ficará no Damha I. "As câmeras vão produzir imagens de monitoramento igual fizeram na 14 de Julho, vai prevenir assalto, invasões e qualquer delito. Cobre toda a região e o intuito é de gerar segurança para o Tiradentes e consequentemente até os Damhas, ajudando as autoridades competentes no trabalho delas", frisa Fernanda.

Com a autorização publicada pela Prefeitura, as associações dos condomínios esperam começar o quanto antes a instalação. Ainda na fase de levantamentos técnicos, a estrutura deve custar como um todo pelo menos R$ 1 milhão.

Imagens ficarão à disposição da Polícia Militar e da Guarda Municipal. (Foto: Henrique Kawaminami)
Imagens ficarão à disposição da Polícia Militar e da Guarda Municipal. (Foto: Henrique Kawaminami)

"Segurança é sempre bom" - Ao longo da avenida, os moradores e comerciantes que serão beneficiados já esperam o funcionamento. "Eu acho que vai ser ótimo, para quem trabalha aqui é bom, porque nós não podemos deixar nada aqui que eles quebram tudo. Se eu deixar aqui uma lona, destroem, levam, quem sabe agora podemos até fazer uma cobertura bonitinha", comenta a vendedora de pamonha, Edite Cano Silveira Alda, de 75 anos.

No ponto há mais de um ano, em frente ao Gastrota, dona Edite acredita que "segurança é sempre bom" e elogia a iniciativa. "Tendo câmera, as pessoas podem deixar os carros mais tranquilas, vai ser ótimo", resume.

Dona Edite não vê a hora de poder montar estrutura com mais segurança para vender as pamonhas na avenida. (Foto: Henrique Kawaminami)
Dona Edite não vê a hora de poder montar estrutura com mais segurança para vender as pamonhas na avenida. (Foto: Henrique Kawaminami)

Professora, Lúcia Maria Oliveira tem 73 anos e mora há 13 anos em um condomínio na avenida. Neste tempo de vivência ela sabe que precisa de muita atenção na hora de cruzar o bairro. "Ali no meio do Tiradentes, você tem que diminuir a velocidade e corre o risco de abordarem a gente. À noite, se você passar de carro, eles estão no meio da rua traficando. Eu acho que seria interessante a câmera sim, sem contar com o número de crimes e assassinatos que já aconteceram".

Taxista, Cleovaldo Gonçalves de Oliveira, de 49 anos, mora na região e tem o ponto de trabalho ali na Marquês de Pombal há três anos. Na opinião dele, na avenida não precisaria. "Aqui não acontece nada, o máximo que vai pegar são os engraçadinhos fazendo graça de carro. Os moradores do Damha que aceleram igual louco, fazem graça, não sei pra que essas câmeras", acredita.

Taxista, Cleovaldo acredita que monitoramento só vai pegar mesmo motoristas dos próprios condomínios correndo na via. (Foto: Henrique Kawaminami)
Taxista, Cleovaldo acredita que monitoramento só vai pegar mesmo motoristas dos próprios condomínios correndo na via. (Foto: Henrique Kawaminami)

Acostumado a ver a movimentação, ele fala que nem os quebra-molas são respeitados pelos motoristas. "Desde que montamos aqui tem uma promessa de fazer uma casinha. Já bateram em dois carros nosso aqui, já pensamos em mudar de ponto por causa da segurança do trânsito. Não tem sombra, não tem banheiro, não tem nada, seria melhor uma fiscalização de trânsito ou um radar por exemplo, mas pela segurança, não tem necessidade, aqui é tranquilo", afirma.

Os condomínios de luxo volta e meio são palcos de crimes, como assaltos e furtos. O circuito não deixa de ser uma segurança para os moradores dos Damhas. "Já tivemos episódios também, mas é uma segurança para toda a comunidade", enfatiza a presidente da Associação do Dahma I.

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