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Capital

Contra o coronavírus, Campo Grande inicia quarentena e apela: Fiquem em casa!

Lojas, escolas, bancos e até transporte público param a partir de hoje, a única saída para conter o coronavírus

Lucia Morel e Liniker Ribeiro | 20/03/2020 19:36
Imagem da 14 de Julho já sem movimento, na sexta-feira. (Foto: PorcimadeCG)
Imagem da 14 de Julho já sem movimento, na sexta-feira. (Foto: PorcimadeCG)


De escolas a lojas, bancos, igrejas, construção civil e órgãos públicos, seja por determinação da Prefeitura de Campo Grande e do Governo do Estado, ou por iniciativa própria, praticamente tudo para a partir deste sábado. Espaços fecharam, eventos foram suspensos, ônibus vão ficar na garagem. É a pandemia do novo coronavírus que chegou e tende a crescer de maneira perigosa se a colaboração não for geral.

A realidade nua e crua é que a proliferação da doença exige limitar a rotina e ficar em casa em quarentena, a única saída para tentar conter o avanço da covid-19.

"Não é brincadeira, a coisa está tomando uma proporção muito grande e perigosa. Até quem achava que era filme de ficção já percebeu isso. Essa pandemia não pode chegar na região mais vulnerável dessa cidade, na casa de pessoas que não vão poder  pegar um avião e ir para São Paulo se tratar. Por isso, nós estamos pedindo: permaneçam em suas casas, com as suas famílias", apelou o prefeito nas redes sociais.

Nesta semana, decretos municipais e estaduais foram publicados ampliando as restrições de mobilidade e funcionamento dos mais variados empreendimentos. Mesmo não prevendo penalidades ao descumprimento, as medidas contam com o bom senso diante de um quadro que pode ser tornar uma verdadeira calamidade, com colapso da rede de saúde.

Na tarde desta sexta-feira, a Secretaria de Estado de Saúde divulgou o boletim mais recente sobre os casos do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul, que já registra 12 confirmações, a maioria dos casos, 11, estão em Campo Grande.

O serviço público já está praticamente parado, grande parte dos profissionais trabalhando de casa ou com quadro bastante reduzido.  A jornada de trabalho na prefeitura foi reduzida para seis horas diárias e o governo do Estado autorizou o home office, ou teletrabalho, que é quando os serviços são realizados remotamente, via computador e em casa.

Algo nunca sonhado por um campo-grandense, a "praia" da cidade fechou. Não tem como passar esse fim de semana nos shoppings. Até o transporte coletivo fica parado pelos próximos 15 dias. O comércio, bem como academias, eventos, casas noturnas, clubes, shoppings, bancos, escolas, feiras em geral, camelódromo e até a rodoviária entram na lista de atividades suspensas.


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O prazo para que a vida se normalize é entre os dias 5 e 6 de abril, mas nada impede que os decretos e resoluções sejam prorrogados e muita coisa ainda mude na tentativa de conter a doença, como a determinação de toque de recolher, o que já acontece em algumas cidades onde a covid-19 foi devastadora.

O objetivo é não dar outra alternativa à população, senão a de ficar em casa. É o que vai fazer o personal trainner César Ignácio, de 26 anos. Professor em uma academia, ele afirma que a empresa parou e pediu que todos os funcionários ficassem em casa.

“Eu vou respeitar a quarentena e me preservar”, disse, ao contar que nesses dias, ainda vai fazer vídeos ao vivo através de suas redes sociais, com dicas de exercícios que podem ser feitos em casa, inclusive utilizando móveis. As “lives” serão transmitidas sempre às 19 horas.

“Vou mostrar exercícios de condicionamento físico e relaxamento, porque, com essa situação toda, as pessoas precisam estar relaxadas”, comentou. Para lazer, planeja jogar videogame, cozinhar e arrumar a casa.

Irene Pereira de Jesus, 51 anos, é serviços gerais e na empresa que trabalha todos foram dispensados para conter a proliferação de coronavírus e que a partir de segunda-feira ninguém mais vai trabalhar.

“Eu nem parei pra pensar ainda no que vou fazer, mas o jeito é ficar em casa e já que não pode sair, eu vou é comer muito”, brincou.

O estudante Lucas Bassani, 25 anos, diz que  não costumava sair muito de casa porque estuda para concursos e é o que pretende continuar fazendo. “Minha vida já era uma quarentena”, conta rindo. Mas entre as atividades que ele deve abandonar nos próximos dias estão a musculação e a saída com amigos. “A ideia é ficar em casa mesmo e não deixar minha mãe ainda mais preocupada, já que ela está quase no grupo de risco”, ensina.

'É um dos maiores desafios da nossa história. É um inimigo letal e invisível e ficar em casa é a nossa maior arma. O momento, é de pensar no próximo", pede o prefeito Marquinhos Trad.

Do alto, estacionamento do Mercadão quase vazio. (Foto: PorcimadeCG)
Do alto, estacionamento do Mercadão quase vazio. (Foto: PorcimadeCG)


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