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Capital

Criança se machucada em creche e mãe denuncia omissão à secretaria

Christiane Reis e Ricardo Campos Jr. | 06/08/2016 18:09
Criança ficou com os olhos vermelhos após episódio recente. (Foto: Arquivo Pessoal)
Criança ficou com os olhos vermelhos após episódio recente. (Foto: Arquivo Pessoal)

Olhinhos vermelhos e os machucados no nariz de uma aluna de 3 anos de idade apontaram que algo estava errado no Ceinf (Centro de Educação Infantil) Santa Ediwirges, localizado no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande. Segundo relato da mãe da criança, que terá o nome preservado, esta é a segunda vez que a filha aparece com hematomas pelo corpo. Para ela não resta dúvida, os machucados foram provocados por agressões de coleguinhas.  

O primeiro caso ocorreu quando a criança tinha 10 meses, à época a professora disse que a menina tinha sofrido uma queda da própria altura. A mãe assinou uma ata, uma espécie de documento com o relato sobre o ocorrido, a segunda vez foi dia 12 de julho deste ano. Como a menina já tem 3 anos de idade, ela mesma apontou que estava machucada porque teria caído. Desconfiada a mãe conseguiu que a menina contasse o que de fato ocorreu e a verdade veio à tona: ela foi agredida por dois colegas e, segundo a mãe da criança, a professora teria visto, não fez nada e ainda orientou a aluna para que justificasse os machucados dizendo que tinha caído. Além disso, segundo relato da criança a professora teria, inclusive, sugerido que a pequena tirasse férias.

Das duas vezes que a menina apareceu machucada, a mãe iniciou uma verdadeira saga para levar adiante o que, até então para ela era uma suspeita. No primeiro episódio foi ao Conselho Tutelar, que estava fechado, depois à polícia, que sugeriu levar a menina à Santa Casa para tomografia, o exame foi feito e não apareceu nada. A mãe não havia feito fotos dos hematomas e acabou optando por deixar de trabalhar para cuidar da filha, pois ela não queria mais ir ao Ceinf.

Reincidência - Há quatro meses a mãe voltou a trabalhar e colocou a filha no mesmo Ceinf. “No dia 12 de julho, minha cunhada foi busca-la e notou os olhos vermelhos. Em casa eu vi que estava com o nariz machucado. Ela disse que tinha caído”, contou a mãe. Depois de muita conversa a criança contou que dois meninos tinham batido nela e que a professora havia pedido para dizer à mãe que havia caído.

Desta vez a mulher fotografou o estado da criança, levou-a ao Conselho Tutelar no dia seguinte, onde a menina foi entrevistada por profissionais e confirmou a história. “Ela disse que a professora ficou na porta olhando e não fez nada”, disse a mãe. Depois ela foi à delegacia, que acionou a Secretaria Municipal de Educação. Ainda segundo relato da mãe, a Secretaria entrou em contato com o Ceinf, que por sua avez alegou que a mãe teria se negado a assinar a ata. No mesmo dia a mãe retornou ao Ceinf e havia surgido uma ata para ela assinasse, o documento continua informações sobre o questionamento com relação aos hematomas da criança e que “entregaram a criança à babá em perfeito estado”, conforme a ata. A mãe não assinou o documento.

Nos primeiros dias após o episódio os professores mudaram a criança de turma, causando ainda dor à pequena, que chorava a todo instante. Diante da situação a mãe cobra providências e questiona. “A professora ficou olhando da porta da sala. Se ela viu porque não impediu? E se não viu por que pediu para minha filha mentir? Por que ao Ceinf não chamou os pais dos meninos?”, questiona.

O Campo Grande News entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande e até a publicação desta reportagem não obteve resposta.

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