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Capital

Crianças lotam corredores em hospitais da Capital com sintomas gripais

Somente 17,2% das crianças entre cinco e 11 anos receberam duas doses de vacina contra covid-19 no Estado

Guilherme Correia | 28/04/2022 16:18
Aumento de pacientes tem provocado lotação do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. (Foto: Reprodução)
Aumento de pacientes tem provocado lotação do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. (Foto: Reprodução)

As alas pediátricas de alguns dos principais hospitais de Campo Grande, que recebem pacientes de todo o Estado, estão lotadas há algumas semanas. No HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), há falta de leitos e crianças estão nos corredores aguardando atendimento, especialmente com sintomas respiratórios.

Boletim epidemiológico divulgado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), há duas semanas, já alertava para o aumento dos casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) no público infantil, em todo o Brasil, a partir de diferentes vírus, tais como o VSR (vírus sincicial respiratório), influenza e até o coronavírus.

Nesta semana, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) liberou vacinas contra a gripe a indivíduos de seis meses a menores de cinco anos, além de gestantes em qualquer idade gestacional, como forma de reduzir danos por conta do aumento de doenças respiratórias entre crianças. Inicialmente, esta fase seria feita em 2 de maio.

Imunizantes contra o coronavírus também estão disponíveis para qualquer criança acima dos cinco anos, mas dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde) indicam que somente 17,2% da faixa etária até os 11 anos, está com duas doses.

Por meio do canal Direto das Ruas, uma mãe relata que a filha, uma bebê de um ano, está internada no HRMS com bronquiolite e pneumonia. “Estou na ala vermelha e vejo sufoco para uma mãe conseguir uma vaga.”

Segundo ela, é comum ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel) chegarem na unidade hospitalar com pacientes crianças.

No Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), na manhã de hoje, havia 15 pacientes no Pronto Atendimento Pediátrico, onde há apenas oito unidades. Maioria dos enfermos (9) está com doenças respiratórias.

Na pediatria, 17 dos 18 leitos clínicos ou leitos cirúrgicos estão ocupados com pacientes, sendo quase metade (7) de doenças respiratórias.

Conforme a administração, a unidade não tem recebido pacientes na pediatria, mas o pronto atendimento segue recebendo crianças acima da capacidade. Somente hoje, ao menos dois pacientes foram regulados para lá.

No Hospital Universitário, a situação não é de agora, mas em abril, houve aumento de mais de 100% no número de pacientes com doenças respiratórias.

O Campo Grande News questionou o HRMS, que confirmou o cenário vivido pelos pacientes dentro da unidade, com a justificativa de que a regulação municipal de pacientes tem provocado tal situação.

Neste hospital, os 16 leitos pediátricos no PAM (Pronto Atendimento Médico) estão ocupados e há 15 pacientes em corredores. Segundo a administração, o serviço recebe “demanda excessiva de pacientes encaminhados por vaga zero pela regulação municipal”, por conta da falta de leitos pediátricos públicos ou privados.

Conforme a diretoria, já foi oficializado à Sesau sobre o risco de faltar atendimento e solicitado que “não sejam mais enviados pacientes de forma excessiva para esta unidade hospitalar, pois a superlotação do setor pediátrico pode acarretar em desassistência”.

Segundo informado à reportagem, o serviço recebe “demanda excessiva de pacientes encaminhados por vaga zero pela regulação municipal”, por conta da falta de leitos pediátricos públicos ou privados.

Em nota encaminhada nesta manhã, foi dito também que o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi notificado sobre o risco de crianças ficarem sem atendimento, para que providências sejam tomadas.

“Foi solicitado ainda que não sejam mais enviados pacientes de forma excessiva para esta unidade hospitalar, pois a superlotação do setor pediátrico pode acarretar em desassistência, ou seja, a falta de atendimento para as crianças.”

Procurada, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não respondeu aos questionamentos encaminhados pelo Campo Grande News.

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