Deam vai capacitar delegados para padronizar boletins e não expor vítimas
Curso acontece na 1ª Conferência Estadual das Delegacias de Atendimento às Mulheres de MS, nesta quarta
A Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) vai capacitar funcionários para evitar que vítimas de violência sejam expostas de maneira desnecessária durante o registro dos boletins de ocorrência. A ideia é aprimorar o interrogatório, para que as mulheres falem apenas uma vez sobre o trauma e não sofram novamente lembrando os acontecimentos. O treinamento acontece nesta quarta-feira (20), por meio da “I Conferência Estadual das Delegacias de Atendimento às Mulheres de MS”.
O encontro aconteceu no Bioparque Pantanal. Ao todo, o curso contempla 250 policiais civis entre delegados, escrivães e investigadores. A delegada Elaine Benincasa, titular da pasta, explicou que, apesar de o Estado ter 12 delegacias especializadas e 36 Salas Lilás, ainda há desafios, um deles é a padronização dos boletins.
O curso também tem objetivo de expandir os conhecimentos sobre provas digitais e combate à violência institucional, que ocorre dentro do setor público ou privado, em empresas, por exemplo. São ações de humilhação e perseguição por ser uma mulher.
“A capacitação vai falar sobre provas digitais na investigação nos crimes sexuais. É de extrema importância acompanhar as mudanças tecnológicas que impactam nas investigações e combater a violência institucional, que ocorre muito e é ainda velada. A maioria são homens delegados, então é importante trazer esse conceito, do acolhimento verdadeiro, atendimento humanizado.”
Segundo a titular, na grade da conferência também será debatido o amparo emocional para os agentes que lidam diretamente com as vítimas e os relatos ditos por elas. A prefeita Adriane Lopes (PP) disse que a Casa da Mulher Brasileira é referência para o país. Segundo ela, o local atende de 20 a 30 mulheres por dia.
“Nós somos modelo nas políticas públicas voltadas para as mulheres porque temos a parceria e trabalhamos na transversalidade. Se aqui as políticas públicas voltadas para as mulheres têm resultados e nesses nove anos da Casa da Mulher Brasileira são mais de 111 mil atendimentos, é porque essa parceria é uma construção de sucesso e serve de modelo para outras cidades capitais do Brasil.”
O governador Eduardo Riedel completou que o Estado vai caminhar com equilíbrio e com investimentos. Para ele, é preciso olhar para o conjunto das coisas e trabalhar em equipe para que as políticas públicas sejam de fato eficientes.
“Nós temos sempre que lembrar que no Estado tem 3 milhões de habitantes, nós temos 450 mil chefes de família de mães sozinhas. Nós temos que lembrar que nós temos que atingir 50 mil famílias de mulheres sozinhas que não têm renda e têm filhos pequenos que elas não conseguem sair de casa. E é aí que a política pública tem que atuar.”
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