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Capital

Defesa de motorista que matou enfermeira quer revogação da prisão preventiva

Após vídeo, advogados alegam que causa do acidente foi devido a uma manobra errada feita pela vítima

Natália Olliver | 06/06/2023 17:50
Tânia Barbosa Franco após acidente que vitimou tecnica de enfermagem (Foto: Reprodução)
Tânia Barbosa Franco após acidente que vitimou tecnica de enfermagem (Foto: Reprodução)

A defesa da motorista Tânia Barbosa Franco de Araújo Nogueira, 48 anos, responsável pelo atropelamento da técnica de enfermagem Gilmara da Silva Canhete Baldo Bernardo, de 46, no último domingo (4), vai pedir à Justiça a revogação da prisão preventiva da acusada. A justificativa é de que apesar de Tânia ter ingerido bebida alcoólica, o motivo da colisão foi uma manobra errada realizada pela técnica de enfermagem.

De acordo com um dos advogados, Carlos Alberto de Jesus Marques, o vídeo mostra a dinâmica do acidente e revela que a vítima trafegava na Rua Ceará quando tentou virar à esquerda para acessar a Rua da Paz, o que é proibido. Logo após realizar a curva, é atingida por Tânia, que vinha no sentido oposto da via.

Diante dessa realidade dos fatos, totalmente diferente do que consta no Boletim de Ocorrência, não tem sentido manter alguém que vai responder por homicídio culposo preso, e provavelmente será absolvida no sentido ao que tange a da causa do acidente, que não foi a bebida e sim uma conversão errada”, disse Carlos.

Conforme já publicado pelo Campo Grande News, a taxa de álcool detectada no exame do bafômetro apontou percentual de 0,09 no corpo de Tânia. Para a defesa, o nível é pequeno e não poderia ter causado o acidente sob justificativa da acusada estar bêbada.

“A vítima imaginou que fosse dar tempo e entrou. Tanto é que nem dá tempo da Tânia frear. Estou considerando que a taxa de alcoolismo dela é 0,09 o permitido é 0,05. Se tomar duas taças de vinho dá o dobro. Isso evidentemente não dá uma taxa de alcoolismo para a pessoa estar fora de si”, acrescentou.

Carlos pontuou ainda que Tânia, ao aparecer em um vídeo, após o acidente, alegando que a motociclista não deveria ter aparecido ali, estava sendo pressionada por populares. Ele disse também que a história de Tânia não ter fugido devido aos pneus estarem murchos é inverídica.

“O vídeo foi feito logo após o atropelamento, ela estava dentro do carro ainda, em uma pressão extrema. Óbvio que foi lamentável, não se deve beber e dirigir, todo mundo sabe disso. Mas não foi isso que causou o acidente, foi infelizmente uma manobra mal feita por parte da vítima, que não podia ter virado ali, por ser proibido. Ela não para e do jeito que vem entra, imaginou que fosse dar tempo e não deu”.

Acidente –  O acidente aconteceu na noite de domingo (4), entre o cruzamento das ruas Ceará e da Paz, no Bairro Santa Fé, em Campo Grande. Gilmara conduzia uma motocicleta Yamaha Factor e foi atingida pelo Chevrolet Ônix, quando tentou fazer uma conversão proibida. Na versão do boletim de ocorrência, ela teria sido atingida na traseira. (Vídeo acima mostra o momento da colisão). Gilmara foi arremessada a 10 metros do local e a motocicleta a 40 metros.

Tânia fugiu sem prestar socorro, mas parou depois. A motorista acabou sendo detida por testemunhas até a chegada da polícia. O teste de bafômetro constatou a embriaguez e a mulher foi presa em flagrante e levada para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.

Homicídio culposo - Tânia está sendo acusada de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, sob a influência de álcool. A pena é reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Além de Carlos Alberto de Jesus Marques, Murilo Medeiros Marques também defende o caso.

O Campo Grande News tentou localizar os familiares da vítima, mas até a publicação desta matéria não obteve êxito.

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