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Capital

Defesa vai alegar insanidade mental de pedreiro que matou 7 pessoas

“A sentença é certa, mas não pode ser de morte”, alega advogado sobre necessidade de mandar cliente para instituição psiquiátrica

Anahi Zurutuza | 19/05/2020 11:39
Jean Carlos Cabreira de Sousa defende o "Pedreiro Assassino" e a família (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Jean Carlos Cabreira de Sousa defende o "Pedreiro Assassino" e a família (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

“A sentença é certa, mas não pode ser de morte, como ele mesmo decretou às vítimas. É uma pessoa doente”. A afirmação é do advogado Jean Carlos Cabreira de Sousa, que defende Cleber de Souza Carvalho, 43 anos, assassino confesso de 7 pessoas, preso em Campo Grande.

Para o advogado, o cliente é um psicopata. Por isso, a defesa vai pedir, na Justiça, que Cleber passe por avaliação psiquiátrica e alegar insanidade mental. O objetivo é garantir a internação do cliente em instituição competente para cuidar o quadro. “É inquestionável, apesar da autoridade policial querer incrementar o caso com motivações inexistentes, como a ambição pelos bens das vítimas, o próprio contexto demonstra que não é verdade”.

Jean Carlos explica que apesar da lucidez demonstrada pelo cliente ao longo das investigações e do fato de Cleber nunca ter sido diagnosticado com doença psiquiátrica, a personalidade do assassino confesso contém traços claros de psicopatia e por isso, ele “merece tratamento jurídico diferente”.

A ida do pedreiro para um presídio comum seria condená-lo à morte, argumenta o defensor. “Não é o louco de pedra. Na verdade, os psicopatas são pessoas extremamente inteligentes, mas frias, calculistas, com valores sociais questionáveis. Só que uma coisa é estar consciente e outra é ser consciente. É nisso que vamos nos centrar para que o tratamento jurídico seja diferenciado”.

A defesa ainda está levantando dados, histórico da conduta social de Cleber e dos familiares. Segundo advogado, laudo de 2008 aponta que a filha do pedreiro, Yasmim Natacha, de 19 anos, tinha comportamento antissocial que merecia acompanhamento psiquiátrico. Há a possibilidade da filha ter herdado algum traço de personalidade do pai, afirma o advogado. “É o que precisamos nos aprofundar agora, avançar numa investigação, com auxílio de outras ciências, psicologia e psiquiatria. Quero que se esclareça as condições gerais dos envolvidos. A defesa também acredita piamente que a Yasmin não teve participação”.

Crimes – Cleber Carvalho confessou 7 assassinatos, cometidos entre 2015 e 2020, e levou a polícia aos locais onde enterrou os corpos na semana passada. Tudo veio à tona depois que ele foi preso pela morte de José Leonel Ferreira dos Santos, 61 anos, pela equipe da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio).

A filha e a mulher do pedreiro foram iniciadas por ocultação de cadáver. Elas teriam ajudado a esconder o corpo de José Leonel nos fundos da casa da Vila Nasser onde a família estava morando.

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