Deflagrada há 18 dias, vereadores opinam sobre investigações do Gaeco
Deflagrada há 18 dias, a investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) ainda é debatida por vereadores na Câmara Municipal de Campo Grande. Eles não revelam detalhes do depoimento, no entanto dizem que as buscas devem continuar, no sentido de esclarecer se houve ou não crime por parte dos parlamentares.
“Estou respeitando o sigilo que o promotor pediu. Em momento algum da minha oitiva foi mencionada a compra de votos, mas acho que é situação grave e que deve ser investigada. Espero que tenha o desdobramento correto”, diz o vereador Otávio Trad (PT do B).
Líder da bancada na Câmara, Eduardo Romero (PT do B) considerou “estranho” o processo correr em sigilo e o desembargador do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Ruy Celso, declarar que poderia estar associado a compra de vereadores. “Não foi o teor das perguntas do depoimento”, comentou Romero.
O vereador também se manifestou sobre a indicação de um nome para presidir a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo). A negociação teria sido registrada em um grampo telefônico do secretário de governo, Rodrigo Pimentel.
“Até o momento não houve resposta oficial do nome indicado”, disse. Olarte já havia informado que não seria Jorge Martins, tio do vereador Flávio César, a assumir a secretaria. O próprio presidente regional do PT do B confirmou , na sexta-feira (25), que o partido deve abrir novo diálogo para definir o indicado a secretaria.
Repercussão - A investigação do Gaeco ainda tem dividido os vereadores, após a declaração polêmica do desembargador Ruy Celso. “Quem não deve não teme. Meu voto não foi comprado”, disse Chiquinho Telles (PSD), se isentando de possível envolvimento com a investigação.
Já a vereadora Carla Stephanini (PMDB) argumentou que a Câmara Municipal vive um “desconforto”. “Lança suspeita em torno desta casa, que temos certeza agir com lisura em seus atos”, comenta.
O presidente da Câmara, vereador Mário César (PMDB) ressaltou que, ao afirmar sobre uma suposta compra de vereadores, “tenta-se macular a Câmara” e diminuir o trabalho de todos em relação a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e Comissão Processante.
Paulo Pedra (PDT) cobrou que o prefeito marque dia e hora para esclarecer o seu depoimento no Gaeco. “É investigado ou testemunha”, questionou.
Operação Sigilosa – No dia 11 de abril, com uma notificação de busca e apreensão, policiais do Gaeco compareceram à casa do prefeito da Capital, Gilmar Olarte (PP). Eles recolheram documentos e na ocasião prenderam dois guardas, que estavam em posse de armas.