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Capital

Do isopor à barraca, Finados é chance de renda extra e alívio nas contas

Semadur regula operação dos comerciantes no entorno dos cemitérios

Jones Mário e Clayton Neves | 02/11/2019 12:19
Arranjos de flores são vendidos em frente aos cemitérios de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)
Arranjos de flores são vendidos em frente aos cemitérios de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)

Dezenas de vendedores ambulantes tomam os arredores dos cemitérios municipais de Campo Grande neste sábado (2), feriado de Finados. Com expectativa de atrair 170 mil pessoas, segundo a prefeitura, o dia de visitas traz oportunidade aos que procuram um complemento à renda mensal. Para quem está desempregado, é a chance de fazer dinheiro e aliviar um pouco a situação de instabilidade financeira.

O leque de produtos à venda no entorno dos cemitérios Santo Antônio, São Sebastião (Cruzeiro), Santo Amaro tem os tradicionais itens de Finados, como arranjos de flores e velas, até refrescos contra o calor de até 34°C - água, refrigerante e geladinho. Se a fome apertar, é só recorrer aos salgados, fritos na hora em barracas como as de feira.

O pedreiro Silvano Silva Gonçalves, 38 anos, aproveitou o dia livre de serviço e armou seu estande de velas e arranjos logo às 5h de manhã. As flores variam de R$ 5,00 a R$ 10,00. O pacote de velas sai por R$ 5,00.

Ambulante assíduo em Dia de Finados, Gonçalves garante que “todo dinheiro a mais é bem vindo”. A mãe, a dona de casa Zilma da Silva Araújo, 63, chegou às 10h a fim de acompanhar o pedreiro e encontrou uma sombra para vender chipa a R$ 1,00.

Silvano Gonçalves chegou às 5h para vender flores e pacotes de vela (Foto: Paulo Francis)
Silvano Gonçalves chegou às 5h para vender flores e pacotes de vela (Foto: Paulo Francis)
Zilma Araújo faz companhia ao filho e vende chipa a R$ 1,00 (Foto: Paulo Francis)
Zilma Araújo faz companhia ao filho e vende chipa a R$ 1,00 (Foto: Paulo Francis)

Desempregada há três meses, Kelly Regina da Costa, 39, levou água e refrigerante para vender e só quer voltar para casa, no bairro São Conrado, com o isopor vazio. “Eu trouxe água, trouxe refrigerante e trouxe o desemprego. Um dinheiro extra ajuda nessa situação difícil”, revelou.

Já o ajudante de pedreiro Jair dos Santos Domingos cobra R$ 5,00 para carpir e limpar túmulos. De enxada no ombro, ele fica na porta do cemitério oferecendo o serviço “para ganhar um por fora, que acaba ajudando na renda”, contou.

As floriculturas também se deslocaram até as proximidades dos cemitérios para estender os serviços oferecidos nas lojas. Responsável por uma delas, localizada no centro, Thiago Ferreira Rosa, 31, relata que a mãe instalou uma banca no Parque das Primaveras.

Segundo ele, a concorrência com os supermercados está acirrada, “Hoje em dia as pessoas vão comprar flores no mercado, porque é um local que elas frequentam mais”.

Fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) reservaram espaços do lado de fora dos cemitérios municipais para comportar vendedores ambulantes, a fim de liberar a entrada destes locais.

Santo Amaro, Cruzeiro e Santo Antônio permanecem abertos até 18h neste sábado (2).

Jair Domingos cobra R$ 5,00 para limpar e carpir túmulos (Foto: Paulo Francis)
Jair Domingos cobra R$ 5,00 para limpar e carpir túmulos (Foto: Paulo Francis)
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