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Capital

Duplicação da BR-163 tira vendedores da via e parque pode abrigar barracas

Michel Faustino | 10/04/2015 18:10
Projeto quer transferir barracas para parque comercial. (Foto: João Garrigó/Arquivo)
Projeto quer transferir barracas para parque comercial. (Foto: João Garrigó/Arquivo)
Segundo Cristaldo o projeto deve passar por adequações e ainda será avaliado. (Foto: Marcelo Calazans)
Segundo Cristaldo o projeto deve passar por adequações e ainda será avaliado. (Foto: Marcelo Calazans)

Proposta apresentada pelo Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) durante audiência pública realizada na tarde de hoje (10) na Câmara Municipal prevê a transferência das barracas montadas às margens da BR-163, no distrito de Anhanduí, para um parque comercial. Com a duplicação da rodovia os comerciantes instalados neste trecho devem ser obrigados a deixar o local.

Segundo o engenheiro Marcos Antônio Moura Cristaldo, diretor-presidente do Planurb, o espaço deve contar com estruturas individuais para abrigar às barracas, um espaço cultural, área de lazer e estacionamento.

Segundo Cristaldo, o único entrave é quanto ao acesso ao local que deverá ser incluído no projeto da CCR MS vias, concessionária responsável pela duplicação da rodovia.

“Precisamos viabilizar uma forma de incluir no projeto a construção de uma alça que de acesso para o parque comercial. E isso deve ser discutido junto com a concessionária”, comentou.

Apesar de concebido para solucionar os “problemas” dos comerciantes que deverão ser retirado das margens da rodovia, o projeto é considerado “incompleto” pelos moradores.

“O projeto é muito lindo, mas precisa ser mudado muita coisa. Infelizmente não seria a solução para nós”, disse uma moradora presente na audiência.

Para o líder comunitário Ernesto Francisco dos Santos a retirada dos comerciantes trará “prejuízos imensuráveis”.

“A retirada das bancas de lá, vai matar o distrito e o comércio de lá. O comércio ali faz parte da história, é a vida do distrito”, disse.

Outro ponto polêmico é quanto a construção de uma pedágio entre Campo Grande e Anhandui ou Anhandui e Nova Alvorada do Sul.

“Caso o pedágio fique entre Anhanduí e Nova Alvorada do Sul, o distrito não ganharia nada porém caso fique entre Campo Grande e Anhanduí, o distrito ganharia muito pois a renda contribuirá para aumentar a luta pela emancipação”, diz.

A audiência pública foi convocada pela Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos, composta pelos vereadores Carlão (presidente), Engenheiro Edson (licenciado), Alceu Bueno, Ayrton Araújo do PT e Chiquinho Telles; e pelo presidente da Casa de Leis, vereador Mario Cesar e contou com a participação de representantes da CCR Vias, PRF, Detran, Prefeitura e moradores do distrído de Anhandui.

Concessão - A rodovia foi privatizada no ano passado e a CCR/MS tem direito da concessão por 25 anos. A BR-163 é uma rodovia com 1.780 km de extensão e liga os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará. É uma rodovia de fundamental importância para o escoamento da produção das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil.

A duplicação em Mato Grosso do Sul teve início em julho do ano passado. Nos cinco primeiros anos, estão previstos investimentos de R$ 3,4 bilhões (valores de janeiro de 2014) para a realização de obras que contemplem a duplicação completa da rodovia. O valor representa mais de 60% do total de R$ 5,5 bilhões a serem investidos até o final da concessão.

As obras ainda acontecem com a autorização especial do Ibama, que permite que os trabalhos aconteçam sem licença ambiental, mas sob rígidas restrições, dentro da faixa de domínio, sem afetar as APP (Áreas de Proteção Permanente), áreas de comunidades indígenas e quilombola e sem desalojamento de famílias ou desapropriações.

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