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Capital

Em carta, Adélio Bispo afirma que presídio federal é “lugar satânico”

Segundo Adélio, tem muitas razões para não querer ficar no presídio federal

Viviane Oliveira | 11/01/2022 10:54
Fachada da Penitenciária Federal em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo Campo Grande News)
Fachada da Penitenciária Federal em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo Campo Grande News)

Por meio de carta, Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado contra o então candidato Jair Bolsonaro, durante a campanha presidencial, no dia 6 de setembro de 2018, no centro de Juiz de Fora (MG), classificou a Penitenciária Federal de Campo Grande, onde está preso, como um “lugar satânico”.

O colunista Josmar Jozino, do Portal UOL, teve acesso à carta que foi escrita por Adélio em agosto de 2019. No documento endereçado ao juiz-corregedor da 5ª Vara Federal de Campo Grande, Dalton Igor Kita Conrado, o preso pede a transferência para o sistema prisional de Minas Gerais, de preferência para uma unidade de Montes Claros.

Segundo Adélio, tem muitas razões para não querer ficar no presídio federal e que uma delas é por causa do “maçônico satanismo”, na penitenciária de Campo Grande. Ele afirmou que o prédio foi construído com essa finalidade, projetado maçonicamente, para adoração ao Diabo”. Na ocasião, outros pedidos também foram feitos pela defesa de Adélio e foram negados pela Justiça Federal.

Adélio segue preso na Penitenciária Federal de Campo Grande. (Foto: Divulgação)
Adélio segue preso na Penitenciária Federal de Campo Grande. (Foto: Divulgação)

Adélio, preso desde 8 de setembro de 2018 na penitenciária, foi considerado inimputável, ou seja, incapaz de responder por seus atos. A sentença, que considerou o réu Adélio Bispo de Oliveira inimputável e determinou internação por prazo indeterminado, transitou em julgado no dia 12 de julho.

Segundo a coluna, há relatos de hostilidades e agressões contra Adélio, que seriam cometidas por funcionários bolsonaristas da penitenciária. As hostilidades contra o preso foram confirmadas ao Portal UOL pelo piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais, 35 anos, acusado de ter prestado serviços para narcotraficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Ambos dividiam a mesma ala e tomavam banho de sol juntos. Segundo Felipe, que já está em liberdade, Adélio teve o pé quebrado por agentes penitenciários, porque não queria ir para o banho de sol e foi levado à força.

Porém, conforme a direção do presídio, em 8 de outubro de 2019, durante revista para o banho de sol, Adélio não colaborou com os agentes, desobedeceu às ordens, jogou roupas no chão, chutou a porta da cela e teve de ser imobilizado e conduzido à força para o isolamento de 10 dias.

A penitenciária, então, abriu Procedimento Disciplinar Interno para apurar o caso. Ao ser ouvido na sindicância, Adélio disse que, certa vez, um agente chegou a jogar a comida dele no chão da cela e que o servidor costumava dizer que quem “vota no Lula é vagabundo e que Bolsonaro é um homem de Deus”. Por ser inimputável, Adélio não foi punido pela sindicância aberta contra ele em outubro de 2019.

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