Em documento a juiz, MPF diz que Reinaldo não é investigado
Ação policial apreendeu celular do filho do governador
No documento encaminhado ao juiz Bruno César da Cunha Teixeira, da 3ª Vara federal, pedindo mandados para a Operação Lama Asfáltica, o Ministério Público Federal afirma que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) “não se encontra sob investigação”, apesar do nome dele ter sido citado no inquérito policial.
Segundo o MPF, “não há elementos concretos que que ele tenha envolvimento nos crimes sob investigação”, reafirmar o texto.
A defesa do advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja, informa que ainda não teve acesso aos autos de busca e apreensão e ao inquérito policial da 7ª fase da Operação Lama Asfáltica.
Rodrigo é citado por suposto envolvimento em licitações fraudadas em benefício da ICE Cartões, empresa que presta serviços ao Detran/MS.
Em nota, o advogado Gustavo Passarelli reforça que não houve medida restritiva de liberdade aplicada contra seu cliente e que “Souza e Silva prestará todos os esclarecimentos necessários nos autos, comprovando a total ausência de envolvimento em qualquer ato ilícito e a fatos objeto de investigação da Operação Lama Asfáltica”.
Os policiais, com mandados de busca e apreensão, estiveram, hoje cedo, no escritório e no apartamento de Rodrigo Souza e apreenderam, como de praxe, apenas um aparelho celular.
Também representante de Reinaldo Azambuja, Passarelli lembra que o governador não é investigado na 7a etapa da Lama Asfáltica, por isso “não foi alvo de nenhuma medida judicial relativa ao caso.”
Nos próprios pedidos de prisão e de busca e apreensão, a Polícia Federal adverte que, embora haja telefonemas em que Rodrigo cita seu pai, o Governador de Mato Grosso do Sul Reinaldo Azambuja, “entendemos que não há elementos concretos de que ele tenha envolvimento nos crimes sob investigação, razão pela qual Reinaldo Azambuja não se encontra sob investigação”
Os telefonemas citados indicam tentativa de cooptação de Rodrigo por André Cance e João Baird, responsáveis pelo esquema de corrupção desde a gestão de André Puccinelli (MDB)
Em uma das conversas interceptadas, entre André e Antônio Ignácio de Jesus Filho, dono da empresa ICE Cartões, o primeiro mostra que a intenção é pressionar pela continuidade do esquema, mas com dúvidas sobre o acerto com o filho do governador. “Mas assim, se eu ver que eu tô forçando, eu vou largar mão, entendeu?”, diz Cance a Ignácio.
Em outro trecho, ele acrescenta: “Se ele fizer alguma resistência aí depois eu te dou uma ligada e te explico, mas eu vou tentar ver se a gente senta e conversa”.