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Capital

Em guerra com Tabosa, Bernal cancela repasse de bolsa via sindicato

Michel Faustino | 28/09/2015 16:24
O presidente do Sisem, Marcos Tabosa, [Posando para foto no meio dos manifestantes] diz que a suspensão do convênio pode prejudicar os servidores. (Foto:
O presidente do Sisem, Marcos Tabosa, [Posando para foto no meio dos manifestantes] diz que a suspensão do convênio pode prejudicar os servidores. (Foto:

A Prefeitura de Campo Grande suspendeu o convênio com a empresa Brasil Card que garante o beneficio do bolsa alimentação aos servidores públicos municipais. Em notificação extrajudicial direcionada a Marcos Tabosa, presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores e Funcionários Municipal de Campo Grande), publicada na edição de hoje (28) do Diogrande (Diário Oficial do Município), a prefeitura alega que o pagamento será feito diretamente na conta do servidor e pediu prazo de cinco dias para apresentar defesa quanto à suspensão.

O convênio entre o Sisem e a empresa Brasil Card foi assinado em maio do ano passado, ainda na gestão de Gilmar Olarte (PP), com o objetivo de atender cerca de 6 mil servidores municipais com o cartão alimentação negociado pelo sindicato na campanha salarial do ano passado.

No grupo beneficiado estão os guardas municipais (1.341 servidores); administrativos da educação (2.151); agentes comunitários de saúde (1.441) e auxiliares e técnicos de enfermagem (687 funcionários). O pessoal da educação receberá cartão alimentação de R$ 120,00. Os agentes comunitários de saúde, auxiliares e técnicos de enfermagem, R$ 140,00, enquanto os guardas terão R$ 150,00.

Conforme a publicação assinada pelo secretário de Administração, Ricardo Ballock, esses servidores devem receber os devidos valores diretamente em sua conta.

Para o presidente do Sisem, Marcos Tabosa, a decisão pode prejudicar alguns servidores, especialmente aqueles que estão negativados. “Ao ter o dinheiro depositado na conta o banco vai reter. E o beneficio é para que o servidor uso no mercado e se ele tiver problemas com o banco vai perder”, argumenta.

O sindicalista ressalta que a prefeitura não realizou o pagamento à empresa referente aos meses de junho e agosto e também estaria retendo pouco mais de R$ 600 mil do adiantamento salarial, que é concedido pela empresa e depois pago pela prefeitura ao servidor.

Conforme Tabosa, a assessoria jurídica do sindicato já está mobilizada para tratar da notificação publicada no diário de hoje, no entanto, ele afirma que espera que a prefeitura pague o beneficio que ainda está suspendo, motivo que levou os servidores administrativos da educação, agentes de saúde e endemias a cruzarem os braços a partir de hoje (28). Segundo Tabosa, a despesa total da prefeitura com o vale-alimentação dos agentes é de R$ 900 mil.

Durante a manhã, o prefeito Alcides Bernal prometeu, durante a manifestação da categoria em frente a prefeitura, depositar ainda hoje o valor referente ao vale alimentação, em atraso desde o dia 26 de agosto. Caso o depósito seja comprovado, eles também os servidores devem retomar às atividades amanhã (29).

A suspensão é mais um capítulo na guerra entre Tabosa e Bernal. Quando Gilmar Olarte (PP) estava na prefeitura, Tabosa participou de coletiva para apoiar o escalonamento dos salários dos servidores. No entanto, logo após a posse de Bernal, ele mudou de ideia e considerou a medida ruim para os funcionários e ingressou com ação na Justiça para suspender o escalonamento.

Na semana passada, ele comandou assembleia que aprovou greve a partir de hoje pelo pagamento do bolsa alimentação. Alguns servidores denunciaram que ele estava pressionando a categoria a aderir à greve. Nesta segunda-feira, Bernal suspendeu o pagamento via sindicato.

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