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Capital

Em interrogatório no Gaeco, suspeito de operar esquema prefere ficar em silêncio

Victor Leite não quis responder às perguntas; já Paulo Muleta decidiu "prestar esclarecimentos"

Por Silvia Frias e Bruna Marques | 01/12/2023 08:55
Advogado Valdir Custódio representa o gerente Victor Leite (Foto: Marcos Maluf)
Advogado Valdir Custódio representa o gerente Victor Leite (Foto: Marcos Maluf)

O silêncio foi a estratégia adotada pela defesa do gerente financeiro Victor Leite de Andrade, preso na Operação Turn Off, que apura fraudes em licitações estaduais, e que prestou depoimento hoje, na sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).

O advogado Valdir Custódio diz que passou a representar Victor Leite ontem e ainda não teve acesso às investigações sobre o caso. “O Ministério Público ainda não forneceu as cópias de tudo, das interceptações, dos documentos”, disse, justificando a invocação do direito constitucional de se manter em silêncio durante o interrogatório.

Embora não tenha tido acesso às acusações, o advogado diz que já entrou com habeas corpus, já distribuído no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para análise da liminar.

Advogadas Andrea Flores (esq) e Rejane Alves de Arruda (dir): cliente irá esclarecer situação (Foto: Marcos Maluf)
Advogadas Andrea Flores (esq) e Rejane Alves de Arruda (dir): cliente irá esclarecer situação (Foto: Marcos Maluf)

Victor Leite é primo dos irmãos Sérgio Duarte Coutinho Junior e Lucas Andrade Coutinho, eles, considerados líderes do esquema fraudulento, segundo investigação. Victor seria o operador do esquema, com pagamento de propina em troca do favorecimento de empresas. “Ele não confirma isso, em absoluto”.

Na saída do depoimento, o advogado confirmou que o cliente ficou em silêncio.

Já Paulo Henrique Muleta de Andrade, coordenador técnico afastado do CER/Apae (Centro Especializado de Reabilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), escolheu se pronunciar no interrogatório, segundo declaração da advogada dele, Rejane Alves de Arruda. “Ele não confirma as acusações, ele vai se pronunciar justamente para esclarecer toda essa situação”, diz Rejane, que chegou acompanhada de outra advogada do suspeito, Andrea Flores.

Rejane Alves explicou que irá pedir acesso às mensagens de celular, trocadas com outros investigados, para entender em qual contexto estão sendo usadas. Rejane questiona, ainda, imputações como fraude a licitação e recebimento de propina que não são cabíveis a Paulo Henrique, por ele não ser funcionário público. “A Apae não se encaixa nessa natureza jurídica”.

Segundo investigação feita pelo Gaeco em conjunto com Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrução), Paulo Henrique teria recebido propina para favorecer as empresas dos também investigados Lucas Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho.

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