Em roda de amamentação, mães trocam experiências sobre a maternidade
A maternidade Cândido Marino realizou nesta sexta-feira (2) a “roda de amamentação”, encontro que tem como objetivo promover a troca de experiências, sanar dúvidas e dar dicas às mais novas mamães.
O encontro, realizado no próprio hospital, aconteceu das 15h às 17h e reuniu aproximadamente 20 mulheres, com idades que variam de 15 a 34 anos. São pacientes tiveram filhos a pouco tempo ou ainda nem deixaram o hospital após o parto.
Elas compartilharam dúvidas em comum, ouviram orientações de especialistas e voltaram para casa mais confiantes. Mãe de primeira viagem, a estudante Nathália Berg, de 18 anos, era uma das participantes. Foi acompanhada da filha, Ana Gabriela, que nasceu há 2 meses.
A jovem ficou grávida aos 17 anos, sem planejar. Hoje, com a responsabilidade no colo, Nathália sabe que precisa aprender não só a amamentar, mas a ser mãe. “É muito difícil no início. A gente tem que ter experiência com que já passou por isso”, disse.
A roda de amamentação levou às mulheres resposta a perguntas simples, mas compartilhada pela maioria, como a dor na hora de amamentar, fissuras nos seios e quais alimentos dar ao recém-nascido. Mas a equipe que ministrou a palestra também levou questionamentos para que as próprias participantes respondessem. "A alimentação mudou? Quais alimentos foram retirados de seu cardápio e por quê?"
Para a enfermeira do setor de amamentação da maternidade, Bárbara Lívia, de 27 anos, o encontro, além de esclarecer dúvidas comuns, promoveu a troca de experiência e a integração entre as mamães, que receberam um kit com fralda, pomada para os seios e material informativo.
A queixa mais comum é de mães que sofrem na hora de amamentar, mas para isso não há remédio. Segundo a enfermeria, o bem-estar e o desenvolvimento da criança dependem da mãe.
O vínculo afetivo, na hora da amamentação, não deve ser posto de lado, por mais que seja dolorido. “Quando minha filha nasceu meu pediatra disse que eu tinha duas opções: amamentar ou amamentar”, contou.
Bruno Souza Pereira, de 17 anos, sabe bem do que Bárbara está falando. Eloisa nasceu ontem e a primeira amamentação foi dentro do centro cirúrgico. “Eu não tinha bico”, comentou.
Doação de leite – Entre os assuntos abordados no encontro, a doação de leite. Um gesto simples, mas nobre e que pode salvar vidas. Na maternidade Cândido Mariano, por exemplo, o Banco de Leite Humano José Aprígio existe há 12 anos.
A estudante de direito Letícia Mariê Suzuki Cunha, de 22 anos, é uma das voluntárias. Passou a ser doadora há 2 meses, quando o filho mais novo, Arthur Tadashe, nasceu.
A iniciativa, além de trazer bem-estar físico e psicológico a quem doa, torna o esforço gratificante. É que, em decorrência de complicações, logo após o parto, muitos dos pequenos pacientes vão direto para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ou ficam internados por mais tempo e precisam do aleitamento materno, mas algumas mães não produzem leite suficiente.
“Você não imagina o que a mãe desse bebê está passando. Muitas não têm como voltar para casa”, comentou.
São gestos como esse que tornam possível a manutenção do projeto que começou em 2002. De acordo com a coordenadora técnica responsável pelo banco de leite da Cândido Mariano, Abigail Marques de Souza, de 48 anos, o hospital recebe mensalmente uma média de 180 litros de leite, somando as doadoras internas e externas.
Só no mês passado foram 185 litros, doados por 95 mães externas, ou seja, pacientes que tiveram filhos na maternidade e, após o parto, resolveram se tornar voluntárias. “Não é nem questão de solidariedade. É questão de humanidade”, resumiu Letícia.
Segundo a coordenadora, Campo Grande possui quatro bancos de leite: Na maternidade Cândido Mariano, Santa Casa, Hospital Regional e Universitário, onde a unidade é referência.
Mais informações no site da Fiocruz, fundação que administra a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano.