Em apoio à colega, 12 delegadas pedem para sair
Renúncia em massa ocorre em um momento de grande pressão ao grupo
A Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) enfrenta uma crise sem precedentes, doze delegadas colocaram o cargo à disposição para remoção da unidade. As profissionais, incluindo a titular Elaine Cristina Ishiki Benicasa, a adjunta Fernanda Barros Piovano, e as demais lotadas na unidade: Patrícia Peixoto Abranches, Stella Paris Senatore, Analu Lacerda Ferraz, Larissa Franco Serpa, Karolina Souza Pereira, Marianne Cristine de Souza, Karen Viana de Queiroz, Rafaela Brito Sayao Lobato, Riccelly Maria Albuquerque Donha e Lucélia Constantino de Oliveira formalizaram sua decisão por meio de um documento conjunto.
RESUMO
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A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) enfrenta uma crise após o pedido de exoneração de 12 delegadas, incluindo Patrícia Peixoto Abranches e Stella Paris Senatore. A renúncia ocorre após a polêmica no caso da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada pelo ex-noivo. A Secretaria de Justiça e Segurança Pública convocou reunião emergencial para evitar colapso no atendimento às mulheres. O caso de Vanessa, que pediu medida protetiva na madrugada de sua morte, mas teve o pedido oficializado apenas à tarde, gerou críticas à Deam. O governo estadual ainda não se pronunciou oficialmente.
A renúncia em massa ocorre em um momento de grande pressão sobre a Deam, especialmente após a polêmica envolvendo a atuação no caso Vanessa Ricarte, assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento. O documento coletivo foi assinado em solidariedade após o afastamento de três delegadas durante as investigações sobre o atendimento à jornalista.
O afastamento das delegadas Elaine Benicasa, titular da especializada, Riccelly Donha e Lucélia Constantino, que atenderam Vanessa, foi anunciado nesta terça-feira (18), após reunião emergencial convocada pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) para tratar do assunto, na tentativa de evitar um colapso no atendimento às mulheres vítimas de violência.
A crise também tem repercussão política, com o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado Gerson Claro (PP), admitindo falhas no sistema e a necessidade de mudanças estruturais urgentes.
Após a reunião, a notícia do afastamento de três das delegadas da unidade, sendo a titular Elaine Benicasa e das duas que atenderam Vanessa, Riccelly e Lucélia, durante as investigações, fez com que as demais colegas assinassem o pedido coletivo de afastamento da delegacia especializada.
A investigação sobre o acolhimento da Deam foi tema central de uma reunião entre os três poderes, que durou mais de três horas. Durante o encontro, parlamentares discutiram medidas para melhorar a proteção das mulheres, incluindo a criação de um batalhão especializado para cumprimento de medidas protetivas e a ampliação da participação feminina nos concursos da segurança pública.
O caso de Vanessa Ricarte, que chegou a pedir medida protetiva contra o ex-noivo na madrugada de sua morte, mas teve o pedido oficializado apenas à tarde, reforçou as críticas à demora na resposta das instituições. Segundo relatos, uma delegada teria sugerido que Vanessa entrasse em contato com o agressor para que ele deixasse a residência, o que gerou revolta e questionamentos sobre os protocolos seguidos pela Deam.
O deputado estadual Paulo Duarte (PSB) defendeu a ampliação do efetivo da Patrulha Maria da Penha e o aumento de agentes para a escolta de mulheres em situação de risco. Ele também propôs campanhas de conscientização sobre feminicídio e machismo nas escolas, mas admitiu resistências a essa iniciativa.
Os desdobramentos da crise na Deam seguem em andamento, com a Sejusp tentando reverter as demissões e estruturar um plano emergencial para garantir a continuidade dos atendimentos. O governo estadual ainda não se pronunciou oficialmente sobre as renúncias coletivas nem sobre possíveis mudanças nos protocolos da delegacia especializada.