Empresário denuncia abuso de policiais militares durante “batida” no Tijuca
Com prejuízos no carro e medo de sofrer represálias, empresário de 28 anos, que pediu para não ter o nome divulgado, procurou hoje a Corregedoria da Polícia Militar para denunciar o abuso de cerca de 15 policiais durante uma abordagem nesta madrugada em uma conveniência no bairro Tijuca, na Capital.
Segundo o empresário, era 1h30 quando ele saiu de casa para comprar refrigerantes na conveniência Jarrão, na Avenida Marechal Deodoro. Após estacionar em frente ao local e entrar na loja, três viaturas - com cerca de 15 policiais, chegaram e iniciaram uma “batida”.
No local, segundo o empresário, haviam 40 pessoas, que foram imediatamente rendidas. Uma das vítimas acompanhou o empresário à Corregedoria nesta tarde.
Durante a operação, o empresário alega que os policiais dispararam balas de borracha e soltaram bombas de efeito moral, que quebraram o pára-brisa e parte da carenagem de seu carro, um VW Gol.
Mesmo mobilizando todos os clientes, os policiais não revistaram ninguém, alega o empresário.
Após a operação, ele tentou avisar um dos policiais de que o vidro de seu carro havia quebrado, mas foi insultado pelo PM com palavrões, garante. “Disse para que eu reclamasse com seu sargento”, lembra o empresário.
Ao chegar em casa, ele decidiu ligar para o 190 (número do Centro Integrado de Operações de Segurança) para saber como deveria proceder. Porém, na linha, outro policial militar perguntou o que ele fazia na conveniência àquela hora da madrugada. Após muita conversa, o policial na linha afirmou que seria feita uma pericia em seu carro.
Ainda na madrugada, 3 viaturas chegaram a sua casa, alegando que fariam a perícia no carro, o que não ocorreu. Os PMs apenas exigiram toda a documentação do carro e do proprietário e se negaram a ver o veículo. “Eles não falaram nada, mas era claro que o objetivo era intimidar”, diz o empresário.
“Não quero que fique impune. Não ligo e nem quero indenização, mas isso não pode ficar assim, os policiais estavam intimidando”, disse o empresário, que afirma que os prejuízos no carro somam R$ 800.
O Comando da Polícia Militar informou ao Campo Grande News que ainda hoje irá se pronunciar a respeito e que irá analisar a operação assim que o caso for registrado na Corregedoria.