Empresário é condenado a 19 anos de prisão por estupro de meninas
Sentença é desfecho de processo aberto em 2015, após denúncia de delator
O empresário José Carlos Lopes, dono do frigorífico Frigolop, foi condenado a 19 anos de prisão por estupro de vulnerável. Na decisão, o juiz da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, Marcelo Ivo de Oliveira, também condenou Rosedélia Alves Soares, Jorsiane Soares Correia e Monica Matos dos Santos por coautoria em estupro e facilitação à prostituição infantil. A maior pena foi para Rosedélia, condenada a 25 anos. Seguida por Jorciane (13 anos) e Mônica (9 anos).
Em 2015, José Carlos, mais conhecido como Zeca Lopes, e três mulheres se tornaram réus pelo envolvimento com exploração sexual de criança e adolescente, associação criminosa e estupro.
A defesa de Zeca Lopes informa que vai recorrer da decisão. De acordo com o advogado José Belga Assis Trad, ele pode recorrer em liberdade. “Responde em liberdade porque essa é a regra”, afirma.
O advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, que atua na defesa das três mulheres, também vai entrar com recurso no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O pedido será para absolvição. Das três, apenas Rosedélia confirma ter agenciado garotas de programa, mas sem envolvimento de menor de idade. As demais negam os crimes.
Conforme o advogado, foi levado em consideração somente as provas produzidas na fase de inquérito. “O processo estava pronto desde janeiro para sentença. Me causou surpresa uma pena desde tamanho. Demorou dez meses para essa sentença toda fora de contexto. Mas cabe recurso e não crítica”, diz José Roberto. O processo está em sigilo.
O caso - O nome das agenciadoras e do empresário foram citados por Fabiano Otero, que em abril de 2015 fez acordo de delação premiada . Ele foi preso após tentar extorquir o ex-vereador Alceu Bueno (já falecido) usando imagens gravadas por duas meninas.
No ano passado, o processo contra o empresário chegou a ser suspenso pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Mas voltou a “andar” após o então vice-presidente do tribunal, desembargador Paschoal Carmelo Leandro, mudar sua decisão.
Para suspender o processo, foi aceito o argumento da defesa do empresário José Carlos Lopes, de que é infundada a acusação de que ele manteve relação sexual com uma jovem menor de 14 anos. Na ocasião, ele admitiu que foi a motel com a garota, mas nega que tenha havido contato físico.
Mas nos autos, num dos depoimentos, uma garota de 13 anos declarou que no segundo encontro houve sexo, portanto estupro de vulnerável.
Labirinto – O empresário Zeca Lopes foi alvo em julho deste ano da operação Labirinto de Creta, realizada pela PF (Polícia Federal) sob acusação de burlar o Fisco. A operação também se destacou pelo luxo das apreensões: dois Porsches, televisão avaliada em R$ 89 mil e uma adega que vale R$ 700 mil.