Encontrada: surto esquizofrênico fez Aparecida sumir 4 dias e andar 8 km
Dona de casa estava no Moreninhas III; filho explica que mãe vive normalmente, mas teve fortes emoções e sumiu
Depois de quatro dias de angústia, os filhos da dona de casa Aparecida Ferreira dos Santos, de 57 anos, encontraram a mãe a 8,3 quilômetros de casa, no bairro Moreninhas III, na manhã desta quinta-feira (12). Ela tem esquizofrenia, saiu a pé pela porta da frente da residência onde mora com os dois filhos, na rua Iraque, Jardim Morenão e não voltou.
Segundo Rodrigo dos Santos Barbosa, de 26 anos, a mãe leva uma vida normal. Um dos motivos que desencadeiam crises são mudanças bruscas na rotina e na realidade de Aparecida. Ela foi encontrada por uma mulher que viu a notícia nas redes sociais e contatou Rodrigo.
“Um homem resgatou ela, levou pra casa de um casal de senhores e ela ficou lá, comeu, ficou bem. Essa mulher viu ela na rua andando com esse homem que resgatou minha mãe. Ela foi caminhando até lá, pelo o que entendi. Ela tava só com uma sacolinha na mão e chinelo. Quando ela está em surto, ela não larga as coisas dela. Achamos ela e bem na esquina tinha viatura da Polícia Militar. Explicamos a situação, que precisávamos de ajuda para conter ela enquanto os bombeiros não chegavam”.
O jovem explica que a abordagem da polícia fez toda diferença na hora da aproximação. Devido ao quadro, Aparecida pode ter reações imprevisíveis, inclusive agressivas. Por isso é preciso tato para conseguir lidar com a vítima de maneira sutil, ou seja, o menos traumática possível.
“O responsável foi bem atencioso, deu abraço nela para conversar. Eles chegaram e fizemos o acolhimento. Tiveram que usar força só pra colocar na viatura. Vamos levar ao CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), porque ela não está bem”. Conforme o filho, Aparecida não estava machucada.
Doença - Diagnosticada há anos com a doença, o filho conta que convive com a esquizofrenia da mãe desde criança. Aos 12 anos se lembra de ter visto ela ser internada. Os surtos são motivados por grandes mudanças, desta vez, o filho acredita que tenha sido desencadeado pela mudança dele. O rapaz deixou a casa da mãe.
“Ela quando faz uso correto da medicação, ela tem plenas condições mentais, vive normalmente. Ela estava tomando normal, porém quando sofre fortes emoções, o quadro dela ataca mesmo com medicação. Dessa vez, ela ficou assim depois que eu me mudei de casa. Minha irmã mora com ela na casa de trás, mas aparentemente eu saindo foi uma emoção forte”.
Conforme ele, a mãe teria passado por mais três episódios parecidos. O último nessa magnitude foi há 3 anos, no casamento da filha. Ela chegou a ser hospitalizada e retornou bem para rotina.
“Não é fácil né? Tentamos dar atenção ao máximo, cuidar. Ela tem uma vida normal, mas tem esse quadro e precisa de atenção. Por isso ficamos juntos. Ela estava tomando os medicamentos normalmente, porque eu dava todas as noites corretamente. Eu sempre me certificava de dar e ver se tomou. Todas as noites olhava a boca e tudo, mesmo estando em plenas condições, ela não se incomodava porque ela sabia que precisava dos remédios".
Ainda no quadro de surto, há cerca de duas semanas, Aparecida saiu de casa sem avisar ninguém, mas foi encontrada na residência de pessoas conhecidas. "Ficou a noite vagando na rua, estava suja. Quando nos encontramos, a gente levou ela no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e a médica aumentou a dose do medicamento", contou a filha Tainara dos Santos Barbosa, de 29 anos.
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