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Capital

Enquanto casa histórica definha, dono tem de engavetar projeto de R$ 1,2 mi

Imóvel sofre com infiltrações, graves problemas na cobertura e fragilização do madeiramento

Por Aline dos Santos | 13/12/2023 13:00
Imóvel no Centro de Campo Grande segue à espera de aprovação para obra. (Foto: Marcos Maluf)
Imóvel no Centro de Campo Grande segue à espera de aprovação para obra. (Foto: Marcos Maluf)

Triste figura na Rua Padre João Crippa, Centro de Campo Grande, imóvel histórico tem projeto travado há três anos para receber investimento de R$ 1,2 milhão e ganhar vida nova.

Contudo, enquanto definha ao lado de esqueleto de casas e loja, a construção segue à espera de que a administração municipal autorize as intervenções. No debate mais recente, a situação tinha empacado sobre uma janela na fachada.

Porém, enquanto isso, a prefeitura não se esquece de cobrar providências. Na segunda-feira (dia 11), a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana) publicou notificação com prazo de 30 dias para que a empresa Nexsolar Soluções em Energia Solar Ltda, dona do imóvel, faça a conservação, como prevê o decreto de proteção do patrimônio histórico, paisagístico e cultural.

Projeto para dar novo destino a imóvel custa R$ 1,2 milhão. (Foto: Reprodução)
Projeto para dar novo destino a imóvel custa R$ 1,2 milhão. (Foto: Reprodução)

Proprietário da Nexsolar, Felipe de Oliveira Araújo afirma que casa foi comprada em março de 2020. A ideia inicial era demolir e erguer a sede da empresa. Mas, só depois da aquisição, soube que a construção estava na Zeic (Zona Especial de Interesse Cultural). Portanto, a fachada não poderia ser alterada.

Depois de ver três empresas desistirem do projeto arquitetônico, um quarto escritório faz as adaptações na tentativa de que o poder público libere as modificações. O levantamento aponta infiltrações, graves problemas na cobertura, fragilização do madeiramento e vandalismo.

Projeto para área intena, com ladrilho hidráulico. (Foto: Reprodução)
Projeto para área intena, com ladrilho hidráulico. (Foto: Reprodução)

“A gente também precisa do apoio do poder público. Já invadiram lá. Tive que gastar com advogado, entrar na Justiça. É um bem que a gente quer utilizar, mas fica nesse empurra-empurra”, diz o empresário.

A proposta é de que o local funcione como ponto de reabastecimento para veículos elétricos e tenha restaurante.

Manter o original- A arquiteta Tathyane Sangalli informou à reportagem que a intenção é manter os elementos que ainda estão íntegros no imóvel, que tem 70 anos. Conforme ela, a fachada será restaurada, assim como todos os pisos internos de ladrilho hidráulico decorado, as lajotas cerâmicas e possivelmente as portas internas em madeira. O aproveitamento depende da conservação dos materiais, explicou.

“Estamos resgatando nesse projeto as técnicas originais: as argamassas de cal e terra serão recompostas utilizando as mesmas técnicas originais. Mas também vamos trabalhar com paisagismo no local, iluminação para valorização da fachada e modernização de toda a infraestrutura do imóvel”, apontou, sobre o projeto que já foi enviado à Prefeitura.

Ela destacou que há a preocupação em valorizar as características principais no trabalho de restauro, “ respeitando a significância cultural (o motivo de sua preservação), mas trazendo o imóvel para os tempos atuais.”

De acordo com prefeitura, em 2020, foi protocolado na Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) pedido de expedição de GDU (Guia de Diretrizes Urbanísticas)pela empresa Nexsolar.

"No decorrer dos trâmites processuais, esta agência solicitou informações complementares à empresa, que não respondeu em tempo hábil, conforme estabelecido em legislação municipal vigente. Sendo assim, o referido processo foi arquivado e a GDU não foi expedida", informa o poder público.

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Matéria editada no dia 14 de dezembro para acréscimo de reposta da Prefeitura de Campo Grande.

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