Escola decreta luto pela morte de menina espancada por colegas
Há uma semana, Gabriela Ximenes Souza, 10 anos, foi espancada perto da escola Lino Villachá, no Bairro Nova Lima
A Escola Estadual Lino Villachá, no Bairro Nova Lima, decretou luto de três dias pela morte da aluna Gabriela Ximenes Souza, 10 anos. A menina morreu nesta quinta-feira (6), uma semana depois de ser espancada por outras três garotas perto da escola.
A informação sobre o luto é do diretor da escola, Olívio Mangolim. Porém, conforme a Secretaria Estadual de Educação, o luto é simbólico, não alterando o calendário escolar.
Ao Campo Grande News, o diretor contou que só soube da briga um dia depois, quando o pai de Gabriela procurou a escola para relatar o que tinha acontecido.
“Convocamos uma reunião com os pais de todos os envolvidos para entender o que havia acontecido. No entanto, a briga foi fora da escola e antes da briga não houve relato algum de ameaça ou mesmo briga por parte das meninas”, detalhou.
Porém, mesmo fora, o diretor disse que internamente a escola apura qual foi exatamente o conflito entre as crianças. “Temos muitas medidas de conscientização para evitar esse tipo de caso na escola. É uma questão levada a sério por nós”, destaca.
Além disso, o diretor destacou que a sala em que Gabriela estudava é considerada uma das mais comportadas da escola.
Excelente aluna – O professor de educação física André Luiz de Oliveira, disse que foi um dos primeiros a encontrar Gabriela caída, cerca de 300 metros da escola. O educador relata que estava em uma loja perto da escola quando dois alunos o encontraram e disseram que a menina estava caída.
“Quando cheguei no lugar perguntei o que tinha acontecido para Gabriela. Mesmo caída, ela conseguiu dizer que foi perseguida por outras duas meninas. Elas teriam xingado a aluna que revidou, momento que acabou agredida com mochiladas até cair no chão”, detalha.
André Luiz disse que chamou o socorro e permaneceu no local até a chegada de uma ambulância do Samu. “Já dei aula para ela [Gabriela]. Era uma excelente aluna”, desabafa.
Investigação - Embora tenha ocorrido há uma semana, só hoje o caso foi registrado na Polícia Civil, depois da morte. O delegado José Roberto de Oliveira Junior informou que, embora tudo indique que o óbito tenha relação com a agressão na escola, é preciso investigar e por isso o registro foi como "morte a esclarecer".
De acordo com o delegado, a Depac Centro fez o boletim de ocorrência, mas a investigação vai ficar a cargo da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), responsável por infrações envolvendo crianças e adolescentes.
A assessoria de imprensa da secretaria de educação informou que, embora tenha acontecido fora das dependências, a Secretaria Estadual de Educação acompanha o caso. Por envolver adolescentes e crianças, os nomes das agressoras são preservados por imposição do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).