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Capital

Esposa diz que marido era motorista há 1 semana e ela "não pregava olho"

Segundo a mulher, Karinne, o marido havia alugado o VW Gol há duas semanas, operava pela 99 Pop

Anahi Zurutuza e Clayton Neves | 14/05/2019 14:20
Karinne Pereira Baron, esposa de Rafael, só fala em justiça (Foto: Clayton Neves)
Karinne Pereira Baron, esposa de Rafael, só fala em justiça (Foto: Clayton Neves)

Rafael Baron, de 24 anos, assassinado nesta madrugada em Campo Grande, trabalhava há uma semana como motorista de aplicativo. Segundo a mulher, Karinne Pereira Baron, 24, o marido havia alugado o VW Gol há duas semanas, operava pela 99 Pop e esperava cadastro na Uber ser aprovado.

Trabalhador, Rafael havia deixado o emprego como técnico administrativo no Hospital do Amor, antiga unidade do Hospital de Câncer de Barretos em Campo Grande, para se dedicar ao negócio da família, um espetinho na Avenida Raquel de Queiroz, no Bairro Aero Rancho. Dirigir por meio de aplicativos foi a alternativa que encontrou para complementar a renda nas horas vagas.

A esposa conta ainda que Rafael decidiu começar a pegar corridas à noite no sábado (11) e que ela ficava muito preocupada, mas o marido sempre lhe mandava as localizações de onde estava. “Naquele dia, eu não preguei o olho”.

Na noite dessa segunda-feira (13), a mulher conta que muito cansada, pegou no sono, junto com o filho de 2 anos. “Me acordaram com a notícia”, lamenta.

Karinne só fala em justiça. “Espero que os culpados sejam encontrados e paguem por isso. Tiraram a vida de um pai de família. Ele era a minha base”.

Ela não sabe como contar para o filho o que aconteceu. “É o meu próximo desafio. Sei que vou sempre lembrá-lo o quanto o pai era especial, trabalhador, de muitos talentos. Ele falava inglês, espanhol e cozinhava muito bem”.

Rafael posa para foto (Foto: Facebook/Reprodução)
Rafael posa para foto (Foto: Facebook/Reprodução)

2º assassinato – A família de Rafael enfrenta pela segunda vez a tragédia de perder alguém repentinamente. Há dez anos, no Paraná, o irmão dele foi assassinado por engano, conta Karinne, e o motorista de aplicativo foi a única testemunha.

O casal se mudou para Campo Grande há cerca de um ano e meio. Rafael era de poucos amigos, narra a mulher, mas muito querido na vizinhança.

“Era um cara muito de boa, ótimo vizinho, tranquilo, trabalhador, bom pai”, descreve Valesca Gonçalves Albieri, 43 anos, dona de uma clínica veterinária localizada em frente ao restaurante.

A vizinha relata que viu Rafael pela última vez poucas horas antes da morte, por volta das 23h30, quando ele levou um espetinho como cortesia para ela e o marido antes de sair para dirigir.

Marcas da cena do crime em frente a condomínio (Foto: Henrique Kawaminami)
Marcas da cena do crime em frente a condomínio (Foto: Henrique Kawaminami)

O crime – O motorista de aplicativo foi atingido por dois tiros. Conforme informações do boletim de ocorrência, a vítima foi chamada para uma corrida e foi pegar o suposto passageiro no condomínio Reinaldo Buzaneli, na Rua Claudio Coutinho, no Jardim Campo Nobre. Quando chegou ao local, o motorista foi abordado por um homem.

O suspeito disparou dois tiros quando a vítima arrancou com o carro, que só parou ao bater em outros dois veículos que estavam estacionados. Os disparos atingiram o pescoço e o braço do condutor.

A primeira suspeita era de latrocínio (roubo seguido de morte), mas no início da tarde desta terça-feira (14), a Polícia Civil informou que identificou o suspeito e trabalha com a hipótese de crime passional.

A 99 Pop informou que o motorista é cadastrado e que investiga se ele realmente estava em corrida quando foi assassinado. "A 99 informa que está apurando o ocorrido. A empresa se solidariza com a família da vítima e lamenta profundamente esse e qualquer caso de violência", manifestou a empresa por meio de nota.

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