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Capital

Esposa nega ameaça em obra: "se fosse do PCC, não estaria trabalhando"

Obras no Loteamento Bom Retiro, na Vila Nasser, foram suspensas pela Emha, após de confusão entre morador e profissionais da obr

Silvia Frias e Liniker Ribeiro | 04/06/2019 15:48
Hoje à tarde o galpão do canteiro estava fechado e, a obra, parada (Foto: Kisie Ainoã)
Hoje à tarde o galpão do canteiro estava fechado e, a obra, parada (Foto: Kisie Ainoã)

A mulher do morador do Loteamento Bom Retiro, na Vila Nasser, nega que ele tenha envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e que teria provocado a discussão que culminou na suspensão da construção das casas populares.

“É um absurdo, se ele fosse do PCC não estaria trabalhando, ganhando trinta contos; quem é do PCC gosta de ostentar, gosta de luxo”, disse a mulher, que pediu para não ser identificada.

A obra foi suspensa por decisão da Emha (Agência Municipal de Habitação), depois do registro de dois boletins de ocorrência em que um arquiteto e um engenheiro, que orientam os moradores na construção das casas, teriam sido ameaçados por um dos trabalhadores que ficou descontente com a demissão ocorrida esta manhã.

Segundo a esposa desse morador, ele chegou em casa contando que havia discutido com o engenheiro, depois que o profissional teria gritado na frente de todos e pedido que fizesse outro trabalho no canteiro. A briga começou e o homem foi dispensado do serviço. A confusão continuou e ele relatou à mulher que chegou a levar uma gravata.

“Estão falando que ele ameaçou o engenheiro de morte, mas não foi isso, ele é uma pessoa tranquila, é trabalhador. Para ter se alterado, é porque alguma coisa aconteceu para tirar ele do sério”, disse a mulher.

A mulher disse que o marido está em liberdade condicional e chegou a pedir ao engenheiro que não o desligasse da construção. “Ele não pode arranjar confusão”.

As obras no loteamento fazem parte do Ação Casa Pronta, liderado pela Emha e a Funsat  (Foto: Kisie Ainoã)
As obras no loteamento fazem parte do Ação Casa Pronta, liderado pela Emha e a Funsat (Foto: Kisie Ainoã)

O morador que ameaçou os professores foi preso em 2015, pela Deco (Delegacia de Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), suspeito de ser o autor do homicídio do agente penitenciário Hudson Moura da Silva, ocorrido no dia 31 de outubro de 2011, no presídio semiaberto da Vila Sobrinho, em Campo Grande.

Desconversando – no bairro, os moradores preferem não tomar partido do que aconteceu e nem entram no mérito se o vizinho é ou não do PCC. “Ah, não sei, não sei”, disse uma das moradoras, que também trabalha na construção e não quis se identificar.

Ela disse que não estava na hora no momento da confusão e adotou tom neutro. “Situação complicada, eu entendo os dois lados”. Porém aproveitou para dizer que seria o momento ideal para aumentar o policiamento na região.

Outro morador, que também trabalha na obra, disse que o “professor” como é chamado o engenheiro chega a ser ríspido com quem está no loteamento. “Ele é meio ignorante também, não sabe conversar, aí encontra alguém mais alterado, dá nisso”.

O presidente da Emha, Eneas José de Carvalho Neto, disse que a obra está suspensa, até segunda ordem. Não há data definida para a reunião prevista com a Funsat, Semsp (Secretaria Municipal de Segurança Pública) e a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).

As obras no loteamento fazem parte do Ação Casa Pronta, liderado pela Emha e a Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande), por meio do Pronic (Programa de Inclusão Profissional). O programa prevê canteiro-escola que além de conduzir as obras, ensinam os moradores habilidades para o mercado de trabalho. O canteiro do Loteamento Bom Retiro tinha, até agora, 110 funcionários.

Trabalhos foram suspensos até que Emha resolva questão de segurança no local (Foto: Kisie Ainoã)
Trabalhos foram suspensos até que Emha resolva questão de segurança no local (Foto: Kisie Ainoã)
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