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Capital

“Está bem perto”, diz quem vai a posto onde foi atendida 1ª vítima da covid

Primeiro óbito em Campo Grande por coronavírus foi uma mulher de 71 anos, que foi sábado ao CRS Tiradentes

Aline dos Santos e Clayton Neves | 13/04/2020 12:18
Na entrada do CRS Tiradentes, cartaz pede que pacientes informem se têm sintomas de gripe. (Foto: Henrique Kawaminami)
Na entrada do CRS Tiradentes, cartaz pede que pacientes informem se têm sintomas de gripe. (Foto: Henrique Kawaminami)

A notícia de que a primeira pessoa a morrer pelo novo coronavírus em Campo Grande esteve no CRS (Centro Regional de Saúde) Tiradentes no último sábado (dia 11) torna a covid-19 muito mais real e preocupante para quem trabalha ou busca atendimento no local.

A unidade de saúde fica no bairro Tiradentes, na região do Bandeira, onde há muitos casos confirmados pela doença, conforme informa o mapa do coronavírus em Campo Grande.

“Dá um pouco de medo, principalmente porque tenho um filho de sete meses. Sou da área da Saúde e vejo que a população não está levando a sério, mas a gente sabe que é sério. Um caso na unidade demonstra que a doença está bem perto”, afirma a técnica de enfermagem Bruna Oliveira, 24 anos,  que foi ao CRS na  manhã de hoje para atualizar a carteira de vacinação.

“Não é surpresa porque a região onde estamos tem muitos casos confirmados. Mas o que deixa chateado é que não precisava estar acontecendo. As pessoas precisam se cuidar mais porque a coisa é grave”, afirma um servidor do centro de Saúde, que pediu para não ter o nome divulgado.

 A preocupação é compartilhada por Eliza Peçanha, 60 anos, que foi ao posto para buscar exame. “Estou apavorada. Não tenho mais contato com minhas filhas e netos por causa do coronavírus. Passei o Domingo de Páscoa sem eles”, diz.

Rúbio foi ao CRS Tiradentes para vacinar o filho Benício, de três meses. (Foto: Henrique Kawaminami)
Rúbio foi ao CRS Tiradentes para vacinar o filho Benício, de três meses. (Foto: Henrique Kawaminami)

O personal trainer Rúbio Cabral, 37 anos, retornou a Campo Grande após estadia em Rio Brilhante e diz que o clima era mais calmo na cidade do interior. “Cheguei agora e não sabia que tinha morte. Isso preocupa muito mesmo”, afirma Rúbio, que levou o filho Benício, de três meses, para vacinar.

Mortes – O primeiro óbito em Campo Grande por coronavírus foi uma mulher de 71 anos, que estava internada no  HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian. Ela faleceu na madrugada de domingo (dia 12).

No sábado (dia 11),   a paciente  havia dado entrada no  CRS Tiradentes às 15h36, com queixa de dificuldade para respirar. Com piora no quadro clínico, a idosa foi transferida ainda durante a tarde para o hospital, onde morreu.

Nesta segunda-feira, uma paciente de 62 anos faleceu no Hospital da Unimed, em Campo Grande. Mato Grosso do Sul registra quatro óbitos pela doença, sendo duas moradoras de Batayporã e duas de Campo Grande.

Atendimento – Para evitar deslocamentos, a prefeitura de Campo Grande tem serviço de teleconsulta, disponível pelo  (67) 2020-2170. Também foi ativado um polo de atendimento para casos suspeitos de coronavírus no Parque Ayrton Senna, no bairro Aero Rancho. O local funciona das 7h às 19h, sem necessidade de agendamento.

Também há o drive-thru para coleta de exame do novo coronavírus. O processo de seleção dos pacientes começa com a ligação para o Disk Covid, que atende por meio do telefone (67) 3311-6262. A pessoa deve relatar os sintomas à equipe de Saúde.

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