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Capital

Estátua deveria ficar na avenida com o nome do poeta, sugere ex-vereadora

Escultura em homenagem ao artista das palavras foi entregue em abril e está em depósito

Anahi Zurutuza | 13/09/2017 10:40
Início da avenida Poeta Manoel de Barros, no cruzamento com a Afonso Pena (Foto: André Bittar)
Início da avenida Poeta Manoel de Barros, no cruzamento com a Afonso Pena (Foto: André Bittar)

Manoel de Barros tem uma avenida em Campo Grande que leva o nome dele. Ela fica em meio à natureza que o poeta tanto retratou em palavras, versos e rimas.

É em algum ponto desta via, que cruza o Parque dos Poderes, que a subsecretária de Política Públicas para as Mulheres e ex-vereadora da Capital, Carla Stephanini (PMDB), sugere que a estátua de 400 kg de bronze, moldada pelo artista campo-grandense Victor Henrique Woitschach, o Ique, em homenagem a Manoel seja instalada.

Quando integrante do Legislativo municipal, a ex-parlamentar foi autora do projeto de lei que mudou o nome da Avenida do Poeta para avenida Poeta Manoel de Barros.

Para Carla Stephanini, o Parque dos Poderes tem a alma do artista das palavras. “Sei que vai haver uma avaliação ainda, por isso é uma sugestão. Já que temos a lei municipal que deu à avenida o nome do poeto e diante de tudo que ele representa, toda a obra dele, acho que um local que é um tributo a nossa natureza é uma boa opção”.

Ela afirma que a avenida, que começa na Afonso Pena até a avenida Desembargador José Nunes da Cunha, tem vários pontos onde a escultura poderia ficar bem instalada, um deles é bem no cruzamento com a Afonso Pena, em frente ao Batalhão de Choque da Polícia Militar.

“Ficaria ali toda a mata nas costas dele, lembrando que este ponto vai ser um ponto de visitação, local bucólico”, argumentou.

Árvore da ‘avenida do Manoel’, no Parque dos Poderes (Foto: André Bittar)
Árvore da ‘avenida do Manoel’, no Parque dos Poderes (Foto: André Bittar)
Avenida do Poeta, no Parque dos Poderes (Foto: Google Maps/Reprodução)
Avenida do Poeta, no Parque dos Poderes (Foto: Google Maps/Reprodução)

Para lá e para cá – O local onde a escultura, que foi entregue ao Governo do Estado em abril deste ano, pousará ainda é um mistério e alvo de polêmica com direito a poesia em decisão judicial.

O prefeito Marquinhos Trad (PSD) havia escolhido o canteiro da avenida Afonso Pena, debaixo das árvores centenárias como abrigo para a estátua. Mas, por se tratar de local tombado como patrimônio histórico e cultural de Campo Grande, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi a Justiça contra a decisão do chefe do Executivo e o juiz David de Oliveira Gomes Filho, no início deste mês, mandou que administração municipal escolhesse outro lugar para a homenagem.

Marquinhos desistiu do canteiro da Afonso Pena, entre as ruas 13 de Maio e Rui Barbosa, em frente ao Hotel de Trânsito do Exército, e disse que vai consultar o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o escultor antes de escolher novo espaço.

Estátua nos fundos, guardada em depósito (Foto: Marina Pacheco)
Estátua nos fundos, guardada em depósito (Foto: Marina Pacheco)

Enquanto isso, a estátua está armazenada em depósito sob os cuidados do Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano). A única coisa que o poeta criado com passarinhos encontra como homenagem é a rua onde fica o galpão, que compartilha com ele o nome: rua Manoel Nóbrega.

Lei – Em dezembro do ano passado, o então prefeito Alcides Bernal (PP) sancionou a mudança do nome da Avenida do Poeta, que já havia sido batizada em homenagem a Manoel de Barros por proposição da ex-vereadora Maria Emília Sulzer em 1999.

A alteração, de acordo com a lei municipal n. 5.766, foi publicada na edição do dia 14 de dezembro do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande).

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