Prefeito quer ajuda do governador e artista para decidir rumo de 'Manoel'
Ideia é pedir para que cada um contribua com uma sugestão e, juntos, decidir qual melhor local para estátua
O rumo da estátua em homenagem ao poeta Manoel de Barros pode estar próximo do desfecho. Sob os cuidados da Prefeitura de Campo Grande, o monumento que recria a imagem de Manoel acumula poeira à espera de seu destino, depois que a Justiça impediu que a obra fosse colocada no canteiro da avenida Afonso Pena.
Agora, a solução encontrada pelo município é, conforme o prefeito Marquinhos Trad (PSD), chamar o autor da obra, o escultor Victor Henrique Woitschach, e o Estado, que a comprou, para que cada um faça uma sugestão de qual lugar seria ideal para colocar a homenagem.
Até então, o chefe do Executivo municipal sugeriu a afixação da estátua na frente do Bar do Zé, tradicional ponto de encontro no calçadão da rua Barão do Rio Branco, no centro de Campo Grande. A ideia vai permanecer a mesma.
Inclusive, o Campo Grande News está com enquete sobre a colocação da imagem no Bar do Zé no ar. A maioria, por enquanto, é a favor.
"A prefeitura vai fazer a indicação, o autor e o governo fazem a sua", explicou dizendo que, juntos, e com o auxílio de uma consulta popular, devem chegar a uma conclusão. O prefeito não descarta pedir opinião do MPE-MS (Ministério Público Estadual), que, antes da decisão judicial, recomendou ao município que ele não colocasse o monumento na Afonso Pena. A ideia era instalar a homenagem no trecho da avenida entre as ruas 13 de Maio e Rui Barbosa.
Assim como a Justiça, o argumento do Ministério Público se justificou no fato de que onde a estátua estava destinada é sítio arqueológico do Exército e também canteiro tombado como patrimônio histórico e cultural.
Uma reunião com governo e o artista "em breve" vai definir o destino.
O juiz poeta – “E agora, Mané? Talvez Carlos Drummond de Andrade, no lugar deste juiz, começasse sua decisão assim: ‘E agora, Mané?’”. É com esta frase que David de Oliveira Gomes Filho, titular da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, iniciou a decisão dele sobre o destino da estátua. O juiz que escreveu setença inspirada disse, no próprio texto, que foi acometido pelo “efeito Manoel de Barros”.