Estresse de motoristas agrava tumulto de obras na Padre João Crippa
Com Rua Rui Barbosa interditada, rota alternativa deixa trânsito lento nas imediações
É preciso paciência para suportar o trânsito lento nas ruas Padre João Crippa e Pedro Celestino, que têm interdições parciais em função das obras da segunda etapa do Reviva Campo Grande, que ocorrem também na rua Rui Barbosa, interditada desde a 26 de Agosto até a 15 de Novembro.
Quem mora ou trabalha no local reclama da desorganização, sem fiscais para ordenar o trânsito, mas há quem admita que o estresse é o que irrita os condutores.
“As pessoas são muito estressadas”, na opinião do comerciante paulista Undembergue Soares de Carvalho, de 47 anos, que está instalando um novo restaurante na Padre João Crippa, bem no período de obras.
“Obras são normais para melhorar e não temos o que fazer, mas eu percebo que aqui as pessoas não têm paciência no trânsito, principalmente nessas ruas mais movimentadas. Na hora do pico, é muito tumulto e os ônibus não atrapalham, porque eles passam rápido”, conta o comerciante. Para ele, menos estresse, um guarda de trânsito para orientar e os condutores correndo menos já melhoraria a situação.
As impressões sobre a obra são bem diferentes para o motorista de caminhão baú Edmar Aparecido Alves, de 51 anos. O problema para ele é a falta de organização para dar conta de realizar a obra sem atrapalhar quem precisa trabalhar.
Há 29 anos na profissão, Edmar conta que tem vezes que demora três dias para conseguir fazer uma entrega, porque só pode circular com o caminhão em alguns lugares até 9h, pois se não leva multa. Se não consegue estacionar para descarregar, tem que esperar para fazer a entrega à noite ou no dia seguinte e tudo isso ainda depende da disponibilidade de horário do cliente que vai receber a carga.
“O problema é o jeito que eles trabalham que dificulta. Ao invés de facilitar, eles complicam. Com certeza, a obra dificulta, mas falta compreensão por parte dos motoristas. O problema é que a cidade cresce, mas não se organiza”, opina o motorista.
A revolta é maior entre os mototaxistas que têm ponto no entorno das obras. Um deles já fica nervoso só de pensar que, em breve, o trânsito vai fechar em frente ao seu ponto de trabalho. Tão irritado com a situação e com medo de retaliação ele não quer dar o nome, mas faz questão de reclamar que o caos está instalado no Centro da Capital.
“Para mim, isso aqui é uma tragédia! Vamos ficar sem corrida. Atrapalha nosso trabalho e nossa vida. Não precisava disso, era só recapear ruas e arrumar as calçadas que estava bom, mas não precisava causar esse transtorno”, reclama irritado o mototaxista.
O maquinário pesado nas pistas faz parte de projeto de revitalização de 21 quilômetros de via, envolvendo o quadrilátero que vai da Avenida Fernando Corrêa da Costa até a Avenida Mato Grosso, e da Avenida Calógeras até a Rua José Antônio, com algumas extensões, como a Dom Aquino, Marechal Rondon e Barão do Rio Branco, até a antiga rodoviária.