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Capital

Estudantes protestam por segurança em escola onde mãe espancou aluna

Vestidos de preto e de calça rasgada, questionam porque a norma rígida do uniforme é mais importante que a segurança

Izabela Sanchez e Danielle Matos | 01/11/2019 07:58
Alunos protestaram vestidos de preto (Foto: Danielle Matos)
Alunos protestaram vestidos de preto (Foto: Danielle Matos)

Alunos do ensino fundamental e médio da Escola Estadual Rui Barbosa – aproximadamente 50 - protestam, na manhã desta sexta-feira (1), contra a falta de segurança que permitiu que, no final da tarde de quinta-feira (31), uma mãe entrasse na escola e agredisse uma aluna, que desmaiou e precisou de atendimento médico.

Vestidos de preto e calça rasgada, questionam porque a norma rígida do uniforme “é mais importante que a segurança”. Entre as reclamações está a falta de ação com a denúncias do comportamento inapropriado de um professor da escola, que dizem “assediar a alunas” com pedidos de “sair com ele” e “contarem onde moram”.

Conforme relataram, o que aconteceu na quinta-feira (31) foi apenas “a última gota” de uma série de acontecimentos que denotam a falta de segurança por ali. Em frente à escola, recusam-se a entrar em aula e pedem reunião com a diretoria. A diretora da escola, após o barulho, saiu e informou que iria dialogar com alguns alunos que organizaram a manifestação.

Organizaram-se pelo aplicativo de whatsapp, durante a noite de quinta-feira. Uma aluna de 16 anos disse que a roupa preta é para questionar “porque a única coisa que a direção se importa é com o uniforme”. Ela relata que a mãe, que foi buscar o irmão ontem a tarde, viu o momento da agressão e disse que a mãe que agrediu a adolescente “saiu como se nada tivesse acontecido”.

Outra estudante, também de 16 anos, afirma que um dos problemas na escola é o comportamento de um professor “que assedia as alunas”. “A única providência foi transfeir para outras salas”, comentou.

Uma estudante de 15 anos disse que não há “nenhum tipo de controle de entrada e saída na escola” e reclamou que o bebedouro que deixa a água gelada também tem sido desligado e que a escola disponibiliza um balde com gelo para os alunos.

Pai de uma das estudantes, Valber Pereira de Souza, 45, contou que decidiu levar a filha e ficar por ali por temer algum problema durante a manifestação. Ele reclamou da falta de viaturas da ronda escolar na região.

Confira o vídeo do protesto:

A diretora do colégio não quis se pronunciar e disse que na noite de ontem falou pessoalmente com a secretária estadual de educação Maria Cecilia Amendola da Motta. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da SED (Secretaria Estadual de Educação) e espera resposta.

Entenda – A adolescente que foi agredida na tarde de ontem tem 14 anos e estudante do 7º ano segundo os alunos. A mãe teria ficado contrariada porque a estudante em questão agrediu a filha dela, “de 12 ou 13”, segundo os alunos, estudante do 6º ano.

Em um dos vídeos adquiridos pelo Campo Grande News, a vítima já está caída no chão, quando a mulher puxa o seu cabelo e em seguida sobe em cima dela. A mãe da aluna força a perna na barriga da aluna, enquanto segura no pescoço da garota. “Não encosta a mão nela não. Ela tem pai. Tem mãe”, diz pouco antes de ser levantada por outros alunos.

Veja as imagens da agressão:

Aparentemente a adolescente desmaia logo em seguida. Em outro vídeo a garota aparece com os olhos abertos, mas completamente desorientada e sem forças, enquanto outras pessoas tentam fazer ela se levantar. Nenhuma das imagens mostra outros estudantes ou alguém da direção da escola tentando impedir as agressões.

Na quinta-feira a SED disse, via assessoria de imprensa, que ainda não havia conseguido contato com a direção da escola para apurar a situação, mas que deve se manifestar sobre o caso na manhã desta sexta-feira (1º).

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