Ex-comandante da Polícia Militar é liberado com uso de tornozeleira eletrônica
Os acusados de extorsão também foram proibidos de se aproximarem das vítimas
A Justiça concedeu liberdade e determinou monitoramento eletrônico para José Ivan de Almeida (ex-comandante da Polícia Militar e ex-deputado estadual) e Reginaldo Freitas Rodrigues (ex-policial civil). Já o arquiteto Patrick Samuel Georges Issa deve manter 300 metros de distância dos denunciantes.
Os três foram presos na manhã de ontem em ação do Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra crime de extorsão.
De acordo com o advogado Ronaldo Franco, que atua na defesa de José Ivan, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu a prisão preventiva durante a audiência de custódia. Mas a decisão foi para uso de tornozeleira eletrônica e proibição de se aproximar das vítimas.
Na prisão em flagrante, o Garras alertou sobre a possibilidade de vingança e que as vítimas confiaram nas autoridades, formalizando a denúncia.
O crime de extorsão foi relatado por dupla de sócios de empresa do setor de hidráulica, com sede em Campo Grande e obras em Ponta Porã.
Na manhã de ontem, Coronel Ivan e Reginaldo foram flagrados na porta de uma das vítimas, no bairro Amambaí.
Quando os “cobradores” ameaçaram levar a caminhonete que estava na garagem, a vítima fez o gesto combinado com a equipe que monitorava o encontro e os policiais entraram em ação.
Os dois atuavam em nome de Patrick Issa, que cobrava a dívida. O arquiteto também foi preso em flagrante. Com o ex-comandante da PM foi apreendida nota promissória no valor de R$ 281.363, papel com numeração de processos, arma de fogo e R$ 16.600 em espécie.
O dinheiro estava no banheiro do apartamento de José Ivan, alvo de busca, mediante autorização verbal do oficial aposentado. A ação foi acompanhada pela Corregedoria da PM.
No escritório de Patrick, foi encontrado um revólver e ele informou ser CAC (Caçador, Atirador e Colecionador). Na sua residência, foram apreendidos mais um revólver e uma pistola.
Os sócios relatam que a dívida de R$ 80 mil saltou para R$ 281 mil, além de já terem pagos R$ 150 mil. A matéria foi editada às 10h49 para correção de informação.