Falha humana pode ter ocorrido em diversos momentos, diz delegada
Os erros no manuseio do medicamento usado nas mulheres que morreram após sessões de quimioterapia podem ter ocorrido em diversos momentos, diz a delegada Ana Cláudia Medina, da 1ª Delegacia de Polícia de Campo, responsável pelas investigações.
Segundo ela, a hipótese vinha sendo apurada desde a abertura do inquérito, levando em consideração procedimentos que partem da prescrição médica até o tempo de infusão nas vítimas. Ela ainda reforça que nenhuma outra possibilidade foi descartada, como por exemplo, problemas no lote do medicamento.
“São várias questões que estão sendo analisadas. O erro humano pode ter acontecido em qualquer momento durante o tratamento”, disse Medina, lembrando que ainda é cedo para fazer afirmações. “Temos constatações e alguns pontos esclarecidos, mas precisamos de mais provas”, completou.
Conforme vem sendo divulgado desde o mês passado, três mulheres morreram em decorrência de sessões de quimioterapia na oncologia da Santa Casa da Capital. As vítimas apresentaram reações adversas ao medicamento durante o tratamento em junho, morrendo no mês seguinte.
Ontem (13), a assessoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) repassou a informação de que, o relatório sobre as mortes desenvolvido por um corpo técnico conclui pelo “erro no processo de manipulação intra-hospitalar”. Todavia, a delegada diz que ainda não recebeu o relatório, mas já adiantou que é preciso individualizar a falha.
“Nossa investigação é apurada, extremamente minuciosa, pois temos como objetivo descobrir quem foi o culpado e se houve ou não negligência ou imperícia. O erro pode ter ocorrido em várias situações”, reforçou ela, lembrando que dependendo das circunstâncias, os culpados vão responder, pelo menos, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Amanhã deve depor mais um farmacêutico que já trabalhou na Santa Casa.