Polícia espera elucidar mortes na quimioterapia com exumação
A Polícia Civil pretende realizar todos os exames necessários para descobrir qual substância causou a morte das três mulheres que realizaram quimioterapia na Santa Casa de Campo Grande. Este é o principal objetivo das exumações, que ocorreram hoje de manhã e à tarde na Capital.
Por volta das 15h de hoje, houve a exumação do corpo de Maria Glória Guimarães, 61 anos, que também morreu após ser submetida a quimioterapia no mês passado no Centro de Hematologia e Oncologia de Mato Grosso do Sul, que prestava serviço à Santa Casa. A equipe fez a retirada do corpo no Cemitério Cruzeiro.
De manhã, a equipe da delegada Ana Cláudia Medina, da 1ª Delegacia de Polícia, comandou a exumação do corpo de Carmem Isfran Bernard, 48, que morreu no dia 10 de julho deste ano. Ela está sepultada no Memorial Park.
A terceira exumação vai ocorrer em Jardim, onde está enterrada Norotilde Araújo Greco, 72, que faleceu no dia 11 do mês passado.
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Ana Cláudia explicou que os corpos foram encaminhados ao IMOL (Instituto Médico e Odontológico Legal), onde serão coletados materiais para exames. O objetivo é identificar a substância que causou a morte das mulheres.
Em Jardim, na segunda-feira, a delegada vai encaminhar o corpo para o IMOL local, onde será feita a coleta dos materiais para exames. Se não for identificado nada nos laboratórios do Estado, a Polícia Civil não descarta enviar os materiais para outros estados, onde serão submetidos a exames mais avançados e sofisticados.
A delegada destacou que a exumação foi um ato extremo, já que não foi possível descobrir a causa das mortes por meio dos interrogatórios realizados até o momento.
A médica Priscila Alexandrino, presidente da Comissão de Investigação de Óbitos da Santa Casa, também acompanhou a exumação dos corpos. Ela prevê que os exames ficarão prontos em 30 dias.
O trabalho da comissão dever ser concluído até o dia 16 deste mês, quando o relatório final será encaminhado à administração do hospital e à Polícia.
O hospital já rompeu o convênio com o Centro de Hematologia e de Oncologia, que tem, entre os sócios, o ex-presidente do Hospital do Câncer, Adalberto Siufi. Ele foi afastado do hospital após ser alvo da Operação Sangue Frio, da Polícia Federal.