Falsos médicos voltam a aplicar 'golpe da desgraça' na Santa Casa da Capital
Uma quadrilha de estelionatários se passando por médicos voltou a atuar na tentativa de enganar familiares de pacientes internados na Santa Casa de Campo Grande, no crime conhecido como o ‘golpe da desgraça’.
Segundo a Polícia Civil, foram ao menos três casos registrados desde a última semana. Os golpistas ligaram para familiares internados no pronto-socorro do hospital e ofereceram serviços de exames por R$ 1,5 mil.
“Disseram que a Santa Casa estava sem dinheiro e que meu familiar iria ficar sem fazer os exames necessários por um bom tempo caso eu mesma não pagasse”, disse uma das denunciantes à polícia.
Atualmente vereador da Capital, o delegado Wellington de Oliveira (PSDB) ganhou experiência no assunto após ser o responsável pela investigação de 41 inquéritos de acusação contra Valfrido Gonzales Filho, um dos falsos médicos mais conhecidos de Mato Grosso do Sul.
Para o delegado-vereador, o estelionato praticado em hospitais se torna usual pelo fato das vítimas estarem quase sempre debilitadas pela condição de um familiar hospitalizado.
“O ‘golpe da desgraça’ é usual pelo fato das vítimas quererem resolver logo a situação hospitalar de seu familiar”, disse Oliveira.
O presidente da Santa Casa, Esacheu Cipriano Nascimento, revelou que por pelo menos duas somente nesta semana, um homem se identificando como “Doutor Wilson” ligou exigindo informações sobre o número de pacientes internados no pronto-socorro do hospital.
“Os funcionários foram relembrados que ninguém está apto a pedir essas informações por telefone. Não é para responder. Vamos colaborar com a polícia no que for necessário, até para descobrir se é gente nossa de dentro que está vazando informação”, disse Nascimento.
Segundo ele, a entidade distribuirá até o fim do mês folhetos a pacientes e familiares com uma série de recomendações para evitar que os casos se repitam.
A Santa Casa divulgou, no fim do ano passado, um alerta sobre a atuação de golpistas. Na ocasião, a medida teria surtido efeito e os casos diminuíram, mesmo sem prisões.